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Senado obriga União a priorizar investimentos em irrigação no Centro-Oeste e Nordeste

O plenário do Senado aprovou nesta última terça-feira 04/08, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que obriga a União a priorizar até 2028 investimentos em irrigação com recursos públicos nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do País. O texto, que já passou pela Câmara e foi aprovado agora em primeiro turno, ainda terá de passar por uma nova votação no plenário da Casa.
A proposta altera um artigo do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) para ampliar em 40 anos o prazo em que a União vai aplicar recursos destinados à irrigação. Do total da verba, 20% têm de ser destinados à região Centro-Oeste e outros 50% para a região Nordeste, preferencialmente para o semiárido. Pelo texto, no mínimo metade dos recursos da União será destinada a projetos de irrigação que beneficiem agricultores familiares, conforme legislação específica a ser aprovada.
Pelo texto original da Constituição, a prioridade para investimentos em irrigação tinha validade por 15 anos, perdendo a eficácia em outubro de 2003. No ano seguinte, uma emenda constitucional foi promulgada, ampliando o prazo para 25 anos, isto é, 2013. A partir daí, com o fim do novo prazo, a União não é mais obrigada a priorizar recursos para as duas regiões brasileiras.
“Concordamos que a aprovação da PEC nº 78, de 2013, pode contribuir para a redução das disparidades regionais, com o fomento à expansão da agricultura nas regiões Nordeste e Centro-Oeste e, ainda, o fortalecimento da agricultura familiar, gerando emprego, renda e aumento da oferta de alimentos, fibras e energia, em um contexto de desenvolvimento sustentável”, afirmou o senador Walter Pinheiro (PT-BA), relator da PEC na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).


Fonte: Irrigacao.net

Diretor Geral participa de reuniões sobre recursos hídricos no Rio Grande do Norte

O diretor geral do DNOCS, Walter Gomes de Sousa, participa na manhã desta quarta-feira, 05, de reunião pública sobre a situação crítica do sistema hídrico Curemas-Açu, no auditório da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, em Açu. O diretor foi convidado pelo Comitê da bacia hidrográfica do rio Piancó-Piranhas-Açu e pela Agência Nacional de Águas-ANA.
Na reunião, serão debatidas a crise hídrica daquela bacia, a situação do armazenamento de água no açude Armando Ribeiro Gonçalves, o monitoramento das vazões no rio Açu, o histórico de defluências e condições para operação do açude; as regras de restrição vigentes para uso das águas destinadas à irrigação e aquicultura no entorno do açude e no vale do rio Açu; simulações de deplecionamento e perspectivas futuras de operação do açude Armando Ribeiro Gonçalves.
O diretor do DNOCS também participará, no período noturno, no Centro Pastoral Dom Wagner, em Caicó/RN, da apresentação e do lançamento de Termo de Parceria firmado entre a ADESE/ANA, que visa ao fortalecimento e ao desenvolvimento de ações do Comitê da bacia Piranhas-Açu, junto ao Plano de Recursos Hídricos, com a perspectiva de enfrentar o desafio de assegurar à sociedade, água em qualidade e quantidade adequadas, da utilização racional e integrada dos recursos hídricos com vistas ao desenvolvimento sustentável e de realizar a prevenção e defesa contra eventos hidrológicos críticos.


Fonte: DNOCS

Distrito de Irrigação de Salitre na Bahia deve ser criado até janeiro de 2016

A Companhia do Vale do São Francisco e do Parnaíba – Codevasf – está promovendo reuniões para criar o distrito de irrigação* do perímetro irrigado de Salitre, no norte da Bahia. Para isso, enviou os diretores de Desenvolvimento Integrado e Infraestrutura, Sérgio Antônio Coelho, e o de Empreendimentos de Irrigação, José Sólon Braga Filho, para participarem de uma das reuniões com representantes dos agricultores. A criação desse distrito deve acontecer em janeiro de 2016. 
As primeiras reuniões entre a Codevasf e os usuários de água para a criação do distrito administrativo já estão sendo realizadas e, segundo o superintendente regional da Codevasf em Juazeiro, Alaôr Grangeon de Siqueira, “esta é a saída para os produtores e para o governo também, porque os produtores assumem para si uma estrutura que foi criada para eles, e passam a ter essa responsabilidade, podendo diminuir assim os custos de manutenção e operação, e ainda contam com a participação da Codevasf”.
Segundo Alaôr, a Companhia sempre tem assento junto aos conselhos dos distritos, e embora não tenha poder de voto, pode vetar o que não for de interesse comum, e isso ajuda a tornar a administração mais eficaz, eficiente e transparente. “Os produtores se sentem mais seguros com a participação da Codevasf, e isso eu tenho percebido nesses mais de 20 anos de experiência em perímetros de irrigação”, afirma o superintendente.
O Perímetro Irrigado Salitre foi inaugurado em março de 2010. O projeto original prevê cinco etapas, que ocupariam uma área de 31 mil hectares. A primeira etapa está em funcionamento, onde trabalham 255 pequenos produtores de frutas, hortaliças e outros produtos. Quase a metade desses agricultores (49%) sobrevive com uma renda mensal média de três a dez salários mínimos. Em 2014, o faturamento de Salitre foi estimado em R$ 30,4 mil por hectare colhido. Estima-se que essas áreas irrigadas gerem mais de cinco mil empregos diretos.

Agricultores aprovam a criação do Distrito de Irrigação de Salitre

Para o presidente da Associação dos Usuários do Perímetro Salitre (Asupis), José Acácio, “a Codevasf está nos ajudando a criar o distrito, mas não está jogando isso para a gente, e eu acho isso muito importante, porque nós vamos poder resolver algumas situações mais urgentes, no que se refere a água e energia. Eu já sou irrigante lá no perímetro de Mandacaru, e sei da importância da criação de um distrito de irrigação”
O agricultor Milton Bin, que faz parte da diretoria da Asupis, considera as reuniões realizadas para a criação do distrito do Salitre “um passo importante para definir essa implantação do distrito, e com a ajuda da Codevasf nós vamos conseguir convencer os demais a participarem desta ação”. Bin, que já possui um lote irrigado em outro perímetro no estado de Pernambuco, também faz parte da comissão organizadora que vai buscar a implantação da entidade administrativa no Salitre.

Autonomia de gestão e compartilhamento de experiências garantem o sucesso

Segundo Valter Matias de Alencar, gerente-executivo de outro distrito de irrigação, o de Maniçoba, “a melhor alternativa que a Codevasf encontrou foi a implantação dos distritos de irrigação, onde o maior beneficiário é o próprio produtor, por ser uma empresa sem fins lucrativos, na qual tudo que arrecada é usado em benefício dos próprios produtores”.
Para Valter “o sucesso de um distrito está na participação efetiva dos produtores, através dos conselhos fiscal e de administração, e na autonomia do gerente-executivo. Não adianta ter conselhos participativos, se o gerente-executivo não tem autonomia para tomar determinadas decisões, e o contrário também prejudica, pois não adianta ter um bom gerente, mas os conselhos não participarem ativamente”.
Valter trabalha no Maniçoba há 28 anos, e começou como estagiário, depois trabalhou como técnico agrícola, e há sete anos foi convidado para assumir a gerência executiva, depois que conseguiu terminar o curso de administração de empresas. Os resultados de sua administração foram reconhecidos com a outorga do título de Cidadão Juazeirense. Ele prevê que diante de tanto crescimento e sucesso em Maniçoba, a municipalização pode ser o futuro do distrito. 

*Saiba o que é um Distrito de Irrigação

Em grande parte dos Perímetros de Irrigação – áreas implantadas pelo governo federal para exploração sustentável da agricultura irrigada – a Codevasf delega às organizações de produtores a responsabilidade pela administração, operação, manutenção e conservação desses empreendimentos agrícolas. 
Assim, essa nova organização passa a ser definida como um distrito de irrigação, que é uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos, constituída de irrigantes do perímetro irrigado, tendo por função principal, mediante delegação da Codevasf, a administração, a operação e a manutenção da infraestrutura de irrigação de uso comum, podendo realizar outras atividades (em caráter permanente ou transitório) de acordo com as demandas dos associados.
No distrito, as despesas são rateadas entre os associados e a participação é compulsória, desde que esse associado receba a água fornecida pelo próprio distrito. Em alguns casos, algumas despesas do perímetro são custeadas pelo distrito por meio da arrecadação de tarifas de fornecimento de água para cada lote agrícola. O gerenciamento da organização é feito por meio da contratação de um técnico capacitado e experiente nas atividades de operação e manutenção de perímetros irrigados.
Como o governo federal, por meio da Codevasf, é o proprietário da infraestrutura de uso comum, como canais, drenos, estradas, estações de bombeamento, entre outros, constantemente são realizados investimentos para melhoria do funcionamento de todas essas estruturas, principalmente no que se refere à economia de água e energia, com o objetivo de diminuir os custos de operação e manutenção. Entre os objetivos, está o de fazer com que os resultados positivos obtidos nos perímetros irrigados continuem a evoluir nos próximos anos.
Entre as vantagens da criação de um distrito de irrigação dentro de um perímetro irrigado, estão a gestão democrática; a administração com bom nível gerencial e técnico desde o princípio; a possibilidade de participação dos órgãos públicos quando solicitados e a adaptação às demandas dos irrigantes. 

Distritos de Irrigação no norte da Bahia 

Dos cinco perímetros irrigados implantados pela Codevasf na região norte da Bahia, área de atuação da 6ª Superintendência Regional, sediada em Juazeiro, quatro já possuem distritos administrativos: 
1. Associação dos Usuários do Perímetro Irrigado Tourão – Aupit; 
2. União dos Produtores do Perímetro Irrigado de Curaçá – Upropic e o Distrito de Irrigação Curaçá – DIC, duas organizações administrativas pertencentes ao Perímetro de Irrigação Curaçá; 
3. Distrito de Irrigação de Maniçoba – DIM;
4. Distrito de Irrigação do Perímetro Irrigado de Mandacaru – Dimand.
Os perímetros irrigados de Glória, Rodelas e Pedra Branca, integrantes do Sistema Itaparica, na região de Paulo Afonso, implantados pela CHESF e repassados através de Termo de Cooperação à Codevasf. O Perímetro de Irrigação do Salitre, em Juazeiro, ainda está em fase de implantação.


Fonte: Codevasf

Governo federal e GDF preparam 8º Fórum Mundial da Água

Encontro será realizado em Brasília, em 2018; o acesso à água para consumo humano e para agricultura será um dos temas centrais dos debates.

O governo federal é parceiro do Governo do Distrito Federal (GDF) na organização do 8º Fórum Mundial da Água, que será realizado em março de 2018, em Brasília (DF). São esperados cerce de 30 mil participantes de todas as partes do mundo. Ministérios como Integração Nacional, Relações Exteriores, Meio Ambiente e Cidades, entre outros, estão envolvidos na preparação do evento. Em reunião nesta quarta-feira (5/8), com o governador do DF, Rodrigo Rollemberg, e o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, o ministro Gilberto Occhi, do MI, lembrou que as ações para garantir o abastecimento de água para consumo humano e para a agricultura serão temas importantes dos debates do Fórum.
Occhi citou o Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), executado pelo MI, que vai levar água para 12 milhões de habitantes de 390 cidades nordestinas dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. "Estamos trabalhando para entregar o Projeto de Integração do Rio São Francisco para melhorar a oferta de água na região Nordeste. Além disso, estamos cuidando da revitalização do São Francisco, desde a nascente, em Minas Gerais", explicou.
A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Paranaíba (Codevasf) já investiu R$ 1,7 bilhão na recuperação das nascentes e em obras de saneamento ambiental ao longo do rio. Em 2015, estão sendo aplicados mais R$ 130 milhões nessas ações. "Além disso, o governo federal está elaborando um plano de revitalização do rio para os próximos dez anos", acrescentou Occhi.
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, observou que Brasília ter sido escolhida para sediar a oitava edição do Fórum é motivo de honra. "Vamos avançar na política de desenvolvimento sustentável. E aproveitar para promover a mobilização das escolas, gestores e governos para um tema transversal que é a água", afirmou o governador. 
A união entre os governos também foi destacada pelo presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga. "O trabalho entre governo federal e do Distrito Federal é importante para que o Fórum possa cumprir a missão de elevar o tema da água, além de discutir questões técnicas e políticas", disse Benedito Braga. 
Participaram da reunião, a Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputada Celina Leão (PDT), diretor executivo do Conselho Mundial da Água, Fraser Macleod, o secretário adjunto de Ciência e tecnologia do Distrito Federal, Oskar Klingl, o diretor-presidente da Agência Reguladora de Água, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), Vinicius Benevides, Secretário de Turismo do Distrito Federal, Jaime Recena, diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (Ana) Vicente Andreu, diretor da área de hidrologia da, Ney maranhão, entre outros.

Conselho Mundial da Água

O 7º Fórum Mundial da Água foi realizado em abril em Daegu e Gyeongbuk, Coréia do Sul, com mais de 20 mil participantes. A escolha de Brasília para sediar o 8º Fórum Mundial da Água ocorreu em fevereiro deste ano, durante a 51ª Reunião dos Governadores do Conselho Mundial da Água. A capital federal venceu a disputa com Copenhague (Dinamarca).
O Conselho Mundial da Água é uma organização internacional composta por representantes de governos, academias, sociedade civil, empresas e organizações não governamentais. A sede permanente do conselho fica na cidade de Marselha, na França. Sua estrutura é constituída por um Comitê Mundial formado por 36 governadores, dos quais quatro são brasileiros. O Brasil tem, atualmente, 45 membros no Conselho Mundial da Água.


Fonte: Ministério da Integração Nacional

Cidade goiana ganha destaque pelo uso correto da água na irrigação

Uma cidade do interior de Goiás, com pouco mais de 52 mil habitantes, vem ganhando notoriedade no cenário do agronegócio nacional pelo uso sustentável da água para irrigação agrícola, por meio da construção de barragens individuais e coletivas.
Localizada a 288 quilômetros de Goiânia, capital do Estado, e 131 de Brasílai (DF), Cristalina tem sido exemplo para o Brasil e para a América Latina, principalmente porque há tempos seus produtores rurais despertaram para a possibilidade de, um dia, faltar água. E isso foi por volta do ano de 1986, quando nem se falava em crise hídrica no País.
Quase três décadas se passaram e hoje cerca de 140 agricultores da região comemoram o fato de terem passado praticamente ilesos pelo problema da falta de água, que atingiu principalmente a região Sudeste do Brasil. E as ações foram simples, conforme relata o produtor e presidente do Sindicato Rural de Cristalina, Alécio Maróstica.
“Há muitos anos, passávamos por períodos preocupantes de seca, entre maio e setembro, que obviamente antecediam as chuvas, de outubro a abril. Sempre nos perguntávamos sobre o que fazer com aquilo que escorria na terra e não era aproveitado. A partir disso, fomos pesquisar, pedir assistência técnica e, em seguida, iniciamos as construções de barragens nas propriedades rurais, que servem para acumular água das chuvas”, relata.
“Hoje temos mais ou menos 52 mil hectares irrigados desta maneira, com algo em torno de 680 pivôs centrais em pleno funcionamento”, informa.
Maróstica explica que as barragens mantêm os pivôs funcionando, o que garante o fluxo de água no sistema, que vai direto para o campo, favorecendo a pecuária e as mais de 40 culturas agrícolas do município, entre soja, milho, algodão, frutas, legumes e verduras variadas.

O SISTEMA

Diante da indisponibilidade para aumentar a área plantada, a irrigação tem se tornado o melhor método para manter a produção agrícola em alta. Também é importante ressaltar que, segundo especialistas em agronegócio, os gastos com ela representam de 15% a 25% do custo total da produção, em média.
“Atualmente, Cristalina conta com 165 barragens, com três a quatro pivôs cada, algumas individuais e outras compartilhadas. Os resultados são fantásticos, pois, pelas informações que tenho, nossa cidade é a única do País a ter esse tipo de trabalho contínuo e em maior escala. Outras começaram a adotar este sistema de barragens recentemente, como Formosa (GO) e Unaí (MG)”, informa o presidente do Sindicato Rural.

CUSTOS

A intenção dos produtores rurais cristalinenses, segundo Maróstica, é elevar o espaço ocupado pela irrigação de 52 mil para 100 mil hectares. Mas para isso é necessário estender a rede de energia elétrica, por parte da Celg, companhia de abastecimento de Goiás. Além disso, ele ressalta que, sem crédito para o financiamento deste tipo de trabalho, o produtor rural precisa tirar o investimento do próprio bolso, se quiser construir as barragens, que não são nada baratas.
“O problema da falta de água no Brasil não é do recurso em si, mas de gestão, de uso correto, de armazenamentos e de investimentos. Só que o agricultor que pretende adotar práticas sustentáveis no campo nem sempre conta com a verba necessária. Uma barragem que reserva cinco milhões de metros cúbicos de água, por exemplo, se for construída individualmente, custará algo entre R$ 800 mil e R$ 1,2 milhão”, ressalta.
A este valor, ainda há um acréscimo de R$ 5 mil a R$ 12 mil para a implantação de um projeto de pivôs centrais. “Até hoje, só conheço um produtor, da cidade mineira de Unaí, que conseguiu financiamento para construir a própria barragem”, comenta.

CAPTAÇÃO

“Sabemos que há produtores rurais que, sem recursos para construir as barragens em suas propriedades, ainda captam água direto dos rios. Mas isto é um prejuízo para todos nós, pois um dia essa água vai secar, se o uso for feito de forma indiscriminada”, alerta.
Como alternativa para aqueles agricultores que não têm dinheiro para construir a própria barragem, Maróstica sugere o sistema de compartilhamento com propriedades vizinhas.
“Hoje, em nossa região, 30% das barragens são compartilhadas, que contam com 10 a 15 irrigantes.”
A cidade de Cristalina é banhada pela Bacia de São Marcos, que abastece o Rio Paranaíba, assim como o Corumbá, além do Rio Preto, que abastece o Rio São Francisco.
Maróstica ainda informa que a região é cercada por 266 rios e veredas e, mesmo assim, persiste a preocupação contínua com o abastecimento de água hoje e no futuro.
“Passamos ilesos pela crise hídrica, mas não podemos descuidar, pois a água é, sim, um bem esgotável.”


Fonte: Irrigacao.net

Investidores discutem potencial produtivo do Canal do Sertão

Encontro aborda questões como o aproveitamento de áreas irrigadas e fornecimento de energia.

O governo Renan Filho tem como uma das prioridades estabelecer o bom uso da água do Canal do Sertão. Para isso, órgãos ligados à pasta da Agricultura discutiram essa semana o potencial produtivo dessas áreas, a logística e o fornecimento de energia para os empreendimentos do entorno. O encontro da Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seapa), reuniu empresários, produtores rurais, instituições financeiras, técnicos e consultores para debater essas perspectivas de investimento nas áreas irrigadas pelo Canal do Sertão.
Em um primeiro momento, os empresários receberam informações sobre a estrutura e o funcionamento do Canal desde Delmiro Gouveia até Arapiraca, onde deverá ser concluída a obra de250 quilômetros de extensão. Três perímetros irrigados destinados à agricultura familiar foram definidos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Parnaíba e São Francisco (Codevasf) e outros dois estão em fase de estudos. Os estudos apontam, nessas áreas, um grande potencial para a fruticultura, horticultura, ovinocaprinocultura, produção de grãos e criação de gado leiteiro, além de outras atividades.
De acordo com o superintendente de Irrigação e Unidades Avançadas da Seapa, Silvio Romero, o custo de operacionalização do primeiro perímetro irrigado, no município de Pariconha, foi calculado em R$ 90 milhões, incluindo a instalação de infraestrutura hídrica e a desapropriação das terras para construção dessa mesma infraestrutura, de estradas e unidades de apoio ao produtor. “É muito difícil que esse recurso venha do Governo Federal. Por isso, o Governo do Estado conta com a iniciativa privada para tornar viável a operacionalização dos perímetros irrigados. O Canal, por si só, não se justifica. É preciso que ele seja fonte de receita para o Estado, que sirva para aumentar a produção rural e garantir o sustento das famílias que vivem na região”, lembra Romero.
O secretário de Agricultura, Álvaro Vasconcelos, ressalta a prioridade dada pelo Governo do Estado para transformar o Canal do Sertão em uma ferramenta para o desenvolvimento da região, com o incremento da produção agrícola e o foco na agricultura familiar. “O governo vai desapropriar apenas as terras para instalação de infraestrutura. O investidor terá que comprar as terras de quem quiser vender. Quem vai pagar a conta do Canal do Sertão é o investidor, e ainda assim ele terá lucro”, afirma Vasconcelos.
Na avaliação do empresário Alberto Cabús, sócio da indústria Fika Frio, o Canal do Sertão, tendo seu potencial bem utilizado, poderia gerar uma “revolução” produtivaem Alagoas. A FikaFrio, de acordo com Cabús, possui hoje uma unidade de processamento de frutas com capacidade para 7 mil toneladas ao mês, e se prepara para inaugurar outra unidade, com capacidade para processar 50 mil toneladas de frutas por mês. “O Canal pode ser a redenção econômica para Alagoas. Acredito que a agricultura familiar na região do Canal possa obter ótimos resultados se trabalhar o modelo de cooperativismo com afinco. Esta é uma grande oportunidade para melhoria de vida de milhares de pessoas”, disse o empresário.

Produção de sementes

Outra potencialidade do Canal do Sertão apontada pelos empresários presentes à reunião de sexta-feira refere-se à produção de sementes nas áreas irrigadas. Para o empresário Everaldo Tenório, com a obra, Alagoas poderá se transformar em um polo produtor para o Nordeste e outras regiões do país. “O período de produção de sementes em Alagoas é o período da entressafraem outros Estados, o que nos favorece. Podemos vender sementes de algodão, milho e soja a preços competitivos”, disse Tenório.
O empresário lembrou que, em março, foi inaugurado em Sergipe um terminal de embarque de grãos. Essa unidade, de acordo com Tenório, fica300 quilômetrosde distância das áreas onde existe produção de soja em Alagoas. “Em nenhum outro lugar do Brasil as plantações de soja ficam tão próximas de um porto. São distâncias de até 2 mil quilômetros. E o Canal do Sertão tem uma localização espetacular, o que reduz bastante o custo logístico da soja produzida em Alagoas”, ressalta.
A preocupação com o escoamento da produção das áreas do Canal também foi abordada pelo secretário de Agricultura Álvaro Vasconcelos. “O governador Renan Filho tem buscado recursos para modernizar o Porto de Maceió, pensando exatamente na produção futura do Canal do Sertão. Os investidores do Canal podem ficar certos de que o Governo do Estado vai contribuir da forma que puder para solucionar os gargalos que surgirem”, garante o secretário.
Com relação ao cultivo de soja, segundo Everaldo Tenório, na última safra foram produzidas no Estado 10 mil toneladas de grãos em aproximadamente200 hectarescultivados. “Mas podemos cultivar a soja, tranquilamente, em até 100 mil hectares de terra, com a certeza de comercialização”, diz o empresário.

Energia

Uma das características do Canal do Sertão, destacada pelos técnicos e consultores durante a reunião de sexta-feira, é o fato de não haver gasto de energia para o transporte da água, feito inteiramente por gravidade, com exceção do trecho de elevação de36 metrosna captação da água na Barragem de Moxotó. Esse aspecto interfere no preço do metro cúbico da água vinda do Canal, um dos pontos que preocupam os possíveis investidores.
Ainda no sentido de baratear as despesas com energia, o empresário Gelson Cerutti, da Pure Energy, que participou do encontro de sexta-feira, sugere a instalação de placas solares para geração de energia renovável a ser utilizada pelos projetos às margens do Canal. De acordo com o secretário de Estado dos Recursos Hídricos, Alexandre Ayres, a pasta, responsável pela gestão do Canal do Sertão, também tem elaborado estudos, junto à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), no sentido de garantir tarifas de energia diferenciadas para os empreendimentos instalados ao longo da obra.
“Vamos incentivar as fontes renováveis de energia, mas também trabalhamos para garantir uma tarifa diferenciada a quem optar por investir no Canal do Sertão. Esse é um compromisso do governador Renan Filho. Os estudos estão sendo feitos para que esses incentivos aconteçam de forma eficaz e coerente, para que o Canal traga retorno financeiro para o Estado”, disse Ayres.


Fonte: Irrigacao.net

Com planejamento e gestão, crise hídrica pode chegar ao fim, diz pesquisador

“Com planejamento e gestão não há crise hídrica.” É o que garante Lineu Neiva Rodrigues, pesquisador da Embrapa Cerrados e coordenador da rede Agrohidro. Para ele, o atual problema não é consequência apenas de fatores climáticos, é também uma falha de gestão e planejamento.
“É importante aprender com os erros do passado e aproveitar o momento para planejar um futuro melhor, que consiste necessariamente em tratar a água como um bem estratégico para País”, ressalta.
Neste contexto, em sua opinião é necessário integrar a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) com as demais políticas públicas.
“É fundamental definir as prioridades de uso da água, levando-se em consideração as necessidades básicas do País e as especificidades de cada região”, orienta Rodrigues.
Para ele, “é difícil que a sociedade compreenda por que o Brasil, um país privilegiado em termos de recursos hídricos, tem enfrentado falta de água em várias regiões”.
“Ao mesmo tempo, também é difícil para a sociedade entender que produzir alimento demanda água. Na verdade, a água é de grande importância para todos os setores da sociedade e atender a todos os usos e usuários requer um intenso trabalho de planejamento e gestão dos recursos hídricos.”

DEMANDAS

De acordo com o pesquisador, as demandas por água são múltiplas e vêm de variados setores da sociedade, todos eles importantes. Em situação de escassez hídrica, afirma Rodrigues, em que a disponibilidade de água é limitada e geralmente insuficiente, os usos (urbano, rural, animal, irrigação, industrial ou elétrico) devem ser muito bem quantificados e equacionados.
A essas demandas setoriais, é preciso ainda acrescentar a demanda ecológica. “Ou seja, é preciso manter no rio uma quantidade de água mínima capaz de manter as funções oferecidas pela água, garantindo as condições mínimas de manutenção de ecossistemas aquáticos.”
Rodrigues chama a atenção para o fato de que a gestão dos recursos hídricos deve ser feita considerando-se a bacia hidrográfica como unidade territorial de referência.
“A bacia hidrográfica é uma área onde toda precipitação recebida escoa para um rio principal ou seus afluentes. Ela pode ter diferentes formas e tamanhos. Em síntese, todos nós vivemos em uma bacia hidrográfica.”

DISPONIBILIDADE

Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, estima-se que cerca de 70% da superfície terrestre seja coberta com água e que o volume de água existente seja em torno de 1.4 bilhão de quilômetros cúbicos.
“Essa quantidade de água é praticamente constante. Ou seja, em escala global, não varia com o tempo. Infelizmente, nem toda essa água está prontamente disponível para uso. Os oceanos concentram 97,5% da água existente no planeta.”
Rodrigues ainda informa que, da porção referente à água doce – os 2,5% restantes –, 76,8% estão nas calotas polares e geleiras; 22,7% são águas subterrâneas e 0,5% restante vem de outras fontes, incluindo 3,5% dos rios.
“Essa quantidade, entretanto, é suficiente para atender às múltiplas demandas hídricas da sociedade.”
Com relação ao Brasil, Rodrigues afirma que o País detém cerca de 12% das reservas mundiais.
“O problema com esse número é que ele pode conduzir, de maneira equivocada, a uma análise simplista de que o Brasil é um país privilegiado em termos de disponibilidade hídrica. Esta afirmativa, entretanto, é relativa, pois depende da região analisada, uma vez que a distribuição geográfica desses recursos no país é bastante irregular.”
Apesar de, em escala global, a quantidade de água ser constante, há conflitos. No entanto, Rodrigues explica que localmente é muito variável.
“A água existente na Terra está sempre em movimento. A maior parte se movimenta muito lentamente, mas a porção que está mais disponível para nosso uso, que são as águas superficiais, tem variações significativas em períodos de tempos curtos – dias, semanas ou meses.”
Ela também destaca outro aspecto importante: o fato de que, na maior parte das regiões, as demandas são crescentes.
“Os conflitos surgem sempre que a demanda for maior que a oferta, a gestão não for adequada e os usos prioritários não estiverem bem definidos na bacia hidrográfica.”
Em sua opinião, “para compreender a dinâmica da água, é muito mais interessante analisar seu comportamento, em seus diferentes compartimentos (solo, atmosfera, etc.), pois desta forma é possível incluir o ciclo hidrológico na análise, trazendo uma visão de renovação da água e não de aumento da sua quantidade”.

IRRIGAÇÃO

Para o pesquisador da Embrapa Cerrados, a humanidade pode viver sem muitas das coisas que existem hoje, mas não pode viver sem água e alimento.
“O desafio é produzir alimentos de forma sustentável e em quantidade suficiente, em um mundo cada vez mais complexo, com uma população que, em 2050, estará em torno de 9,1 bilhões de pessoas, demandando alimentos cada vez mais diferenciados e de melhor qualidade.”
Dentro deste contexto, Rodrigues acredita que a irrigação desempenhará um papel cada vez mais estratégico.
“Ela altera a forma como o solo é utilizado, possibilitando seu uso durante todo o ano, trazendo benefícios econômicos, sociais, ambientais e ainda a possibilidade de uma produção sustentável de alimentos.”
Ele ainda lembra que, até pouco tempo, a área potencial para irrigação no Brasil era de 30 milhões de hectares.
“Novo estudo publicado pela Secretaria Nacional de Irrigação, entretanto, atualizou este número e apresentou novo valor, na ordem de 61 milhões de hectares, o equivalente a dez vezes o tamanho da área irrigada atualmente.”
Segundo Rodrigues, estudos como este são importantes para orientar as políticas públicas voltadas para o segmento agropecuário, “fazendo-se necessário planejar e ter planos efetivos, além de fortalecer o setor privado, incentivar as indústrias de equipamento e capacitar produtores”.

CENÁRIO

No entendimento do pesquisador, o Brasil não está preparado para enfrentar este cenário, embora tenha todas as ferramentas e os conhecimentos necessários para fazer este crescimento de maneira ordenada e sustentável.
“Para enfrentar este desafio, precisamos de governança, envolver e integrar os diversos setores. É importante uma atuação em conjunto e uma visão estratégica por parte das instituições públicas e privadas. É fundamental que as ações sejam complementares e que não ocorram sobreposições. Não podemos esperar para reagir aos acontecimentos, temos que estar preparados para responder aos diferentes cenários.”
Conforme Rodrigues, “o fato é que utilizamos muito pouco dos nossos recursos hídricos, mas é preciso criar mais valor e bem-estar com os recursos disponíveis”.
“Isto não significa, é claro, incentivar a cultura do desperdício. É importante definir as prioridades de uso da água nas bacias e lançar um olhar mais atento para aquelas que já enfrentam problemas de disponibilidade de água.”
Rodrigues ainda avalia que a gestão dos recursos hídricos é fundamental para que os demais setores tenham segurança hídrica.
“Embora a situação hídrica seja confortável na maior parte do País, é importante não perder de vista a eficiência de uso da água nas diversas atividades. Com planejamento e gestão dos recursos hídricos, não haverá crise hídrica.”


Fonte: Irrigacao.net

Seleção de consultor para avaliar projeto Água: Conhecimento para Gestão recebe inscrições

A Agência Nacional de Águas (ANA) receberá até 28 de agosto inscrições para seleção de consultor para avaliar as atividades e os resultados do projeto Água: Conhecimento para Gestão. Os candidatos devem ter nível superior completo há pelo menos dez anos e devem ter pós-graduação em avaliação ou gestão de projetos. Também é exigida dos candidatos uma experiência de pelo menos dez anos em gestão e/ou avaliação de projetos.
Os interessados em participar da seleção deverão manifestar interesse através do site do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) –http://www.iicabr.iica.org.br/pessoa-fisica – com cadastramento e anexação do currículo. Os cadastros realizados sem o currículo em anexo serão desconsiderados. Para mais informações, acesse: http://interaguas.ana.gov.br/Paginas/Licitacao.aspx.
Com duração de 180 dias, o contrato prevê que o consultor deverá entregar uma proposta metodológica e cronograma, apresentando estratégias, metodologia e cronograma de viagens, reuniões e entrevistas. Outro produto previsto é um relatório com as informações consolidadas em texto e banco de dados contendo planilhas e mapas temáticos. O terceiro produto a ser entregue é o relatório final de avaliação de gestão, comunicação e capacitação.
O consultor poderá trabalhar em qualquer lugar do Brasil ou do exterior, mas deverá se deslocar a Brasília e Foz do Iguaçu (PR) para as reuniões de trabalho com representantes da ANA, da Fundação Parque Tecnológico de Itaipu (FPTI) e da Itaipu Binacional.

O Projeto

O projeto Água – Conhecimento para Gestão é um convênio entre ANA, FPTI e Itaipu com objetivo de desenvolver ações de comunicação, mobilização social, capacitação e educação para a gestão de recursos hídricos no Brasil e países da América Latina.
Há 34 cursos gratuitos semipresenciais, a distância e autoinstrucionais disponíveis no catálogo, que já capacitaram mais de 10 mil pessoas de todas as unidades da Federação e também de todos os países da América Latina – em espanhol, são oferecidos 11 cursos. Para se inscrever e saber mais sobre as capacitações disponibilizadas pelo projeto, acesse http://www.aguaegestao.com.br/.


Fonte: ANA

Workshop debate uso da água na agropecuária brasileira

A irrigação e o uso da água para animais correspondem a 83% da água consumida no País, segundo o relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, da Agência Nacional de Águas (ANA). Dada a importância da demanda de recursos hídricos para a agricultura e a pecuária, acontece nesta segunda-feira, 3 de agosto, o workshop Uso de Recursos Hídricos na Agropecuária Brasileira – Plataforma de Dados Técnicos: Construção, Harmonização e Decodificação.
Organizado pela ANA, pela Embrapa Cerrados e pelo Instituto Fórum do Futuro; o evento reúne especialistas na sede da Agência, em Brasília, para debater a base de dados técnicos que serve de referência para o uso da água na agropecuária nacional. Os participantes também discutem alternativas de alinhar e sistematizar os dados sobre água utilizados pelo setor agropecuário para facilitar e favorecer os debates que cercam os cenários de aumento da demanda por produção de alimentos, da intensificação dos processos sustentáveis e dos obstáculos colocados pelas perspectivas de mudanças climáticas.
Durante o workshop os participantes também analisam os dados disponíveis para atualizar a interpretação do ciclo hidrológico nas sub-bacias, onde acontecem a agricultura irrigada e de sequeiro. Para tornar didático o tema para a sociedade, os especialistas discutem a harmonização de conceitos, parâmetros, nomenclaturas e significados sobre o uso da água na agropecuária.
Numa das apresentações o superintendente de Planejamento de Recursos Hídricos da ANA, Sérgio Ayrimoraes, abordou a conjuntura dos recursos hídricos no Brasil. Em sua fala, Marco Neves, especialista em recursos hídricos da Agência, abordou o sistema de contas ambientais e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A última apresentação foi sobre conceitos e Projeto de Decodificação de Dados Complexos (PDDC). O pesquisador da Embrapa, José Roberto Peres, e dois representantes do Instituto Fórum do Futuro (Paulo Romano e Fernando Barros) trataram do tema.


Fonte: ANA

Alto custo da energia elétrica muda rotina de agricultores em Minas Gerais

Culturas que consomem mais água foram substituídas para diminuir gastos. Produtores estão pagando em média 56% a mais pela energia, diz Cemig.

Os pivôs de irrigação estão trabalhando menos em Minas Gerais. Culturas que exigem mais água foram substituídas. O aumento da energia elétrica forçou os agricultores a mudar a rotina das propriedades. Uma realidade que preocupa também quem lida com leite.
Em uma fazenda em Monte Alegre de Minas, no Triângulo Mineiro, a ordenha é mecanizada e dois motores ficam ligados o tempo inteiro para que o leite resfriado permaneça na temperatura ideal. Os ventiladores também funcionam sem parar. Do lado de fora, mais gastos com a plantação irrigada.
Manter esses sistemas funcionando têm pesado no bolso do produtor. “A gente fica retraído e com medo de fazer um investimento maior. Então, certamente vamos ter uma lavoura, vamos plantar novamente, mas com um nível tecnológico um pouquinho menor”, avalia João Carlos Semenzini, agricultor.
Em outra propriedade em Iraí de Minas, a irrigação também virou dor de cabeça para o produtor. Segundo a Companhia de Energia Elétrica de Minas Gerais, a Cemig, desde o início o ano os produtores rurais estão pagando em média 56,50% a mais.
Esse cenário obrigou o agricultor Matias Michels a repensar o planejamento da fazenda. Onde tem milho deveria ter feijão. “Por causa do alto custo da energia nós optamos por plantar milho em cima de milho. Apesar de não ser recomendado agronomicamente, nós fixemos isso para baixar o custo da fazenda. Então, essa lavoura de milho, nós praticamente não irrigamos. Ele foi plantado em fevereiro, enquanto que o feijão eu só posso plantar a partir do mês de março, justamente onde o clima fica mais seco e exige mais irrigação”, explica o agricultor.
O feijão é a principal cultura irrigada na fazenda, mas teve a área reduzida em 75%. Além do milho, ganham espaço na propriedade o trigo e a ervilha, que precisam de menos água, mas têm um rendimento menor.
“Comparando a cultura de feijão em condições normais, com a do milho e a ervilha, temos uma perda de faturamento em torno de 50%. Vamos esperar o país entrar na normalidade de novo, para voltar a produzir, porque na condição que está hoje está impossibilitando da gente produzir em área irrigada”, diz o agricultor.


Fonte: Globo Rural

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