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Investidores discutem potencial produtivo do Canal do Sertão

Encontro aborda questões como o aproveitamento de áreas irrigadas e fornecimento de energia.

O governo Renan Filho tem como uma das prioridades estabelecer o bom uso da água do Canal do Sertão. Para isso, órgãos ligados à pasta da Agricultura discutiram essa semana o potencial produtivo dessas áreas, a logística e o fornecimento de energia para os empreendimentos do entorno. O encontro da Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seapa), reuniu empresários, produtores rurais, instituições financeiras, técnicos e consultores para debater essas perspectivas de investimento nas áreas irrigadas pelo Canal do Sertão.
Em um primeiro momento, os empresários receberam informações sobre a estrutura e o funcionamento do Canal desde Delmiro Gouveia até Arapiraca, onde deverá ser concluída a obra de250 quilômetros de extensão. Três perímetros irrigados destinados à agricultura familiar foram definidos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Parnaíba e São Francisco (Codevasf) e outros dois estão em fase de estudos. Os estudos apontam, nessas áreas, um grande potencial para a fruticultura, horticultura, ovinocaprinocultura, produção de grãos e criação de gado leiteiro, além de outras atividades.
De acordo com o superintendente de Irrigação e Unidades Avançadas da Seapa, Silvio Romero, o custo de operacionalização do primeiro perímetro irrigado, no município de Pariconha, foi calculado em R$ 90 milhões, incluindo a instalação de infraestrutura hídrica e a desapropriação das terras para construção dessa mesma infraestrutura, de estradas e unidades de apoio ao produtor. “É muito difícil que esse recurso venha do Governo Federal. Por isso, o Governo do Estado conta com a iniciativa privada para tornar viável a operacionalização dos perímetros irrigados. O Canal, por si só, não se justifica. É preciso que ele seja fonte de receita para o Estado, que sirva para aumentar a produção rural e garantir o sustento das famílias que vivem na região”, lembra Romero.
O secretário de Agricultura, Álvaro Vasconcelos, ressalta a prioridade dada pelo Governo do Estado para transformar o Canal do Sertão em uma ferramenta para o desenvolvimento da região, com o incremento da produção agrícola e o foco na agricultura familiar. “O governo vai desapropriar apenas as terras para instalação de infraestrutura. O investidor terá que comprar as terras de quem quiser vender. Quem vai pagar a conta do Canal do Sertão é o investidor, e ainda assim ele terá lucro”, afirma Vasconcelos.
Na avaliação do empresário Alberto Cabús, sócio da indústria Fika Frio, o Canal do Sertão, tendo seu potencial bem utilizado, poderia gerar uma “revolução” produtivaem Alagoas. A FikaFrio, de acordo com Cabús, possui hoje uma unidade de processamento de frutas com capacidade para 7 mil toneladas ao mês, e se prepara para inaugurar outra unidade, com capacidade para processar 50 mil toneladas de frutas por mês. “O Canal pode ser a redenção econômica para Alagoas. Acredito que a agricultura familiar na região do Canal possa obter ótimos resultados se trabalhar o modelo de cooperativismo com afinco. Esta é uma grande oportunidade para melhoria de vida de milhares de pessoas”, disse o empresário.

Produção de sementes

Outra potencialidade do Canal do Sertão apontada pelos empresários presentes à reunião de sexta-feira refere-se à produção de sementes nas áreas irrigadas. Para o empresário Everaldo Tenório, com a obra, Alagoas poderá se transformar em um polo produtor para o Nordeste e outras regiões do país. “O período de produção de sementes em Alagoas é o período da entressafraem outros Estados, o que nos favorece. Podemos vender sementes de algodão, milho e soja a preços competitivos”, disse Tenório.
O empresário lembrou que, em março, foi inaugurado em Sergipe um terminal de embarque de grãos. Essa unidade, de acordo com Tenório, fica300 quilômetrosde distância das áreas onde existe produção de soja em Alagoas. “Em nenhum outro lugar do Brasil as plantações de soja ficam tão próximas de um porto. São distâncias de até 2 mil quilômetros. E o Canal do Sertão tem uma localização espetacular, o que reduz bastante o custo logístico da soja produzida em Alagoas”, ressalta.
A preocupação com o escoamento da produção das áreas do Canal também foi abordada pelo secretário de Agricultura Álvaro Vasconcelos. “O governador Renan Filho tem buscado recursos para modernizar o Porto de Maceió, pensando exatamente na produção futura do Canal do Sertão. Os investidores do Canal podem ficar certos de que o Governo do Estado vai contribuir da forma que puder para solucionar os gargalos que surgirem”, garante o secretário.
Com relação ao cultivo de soja, segundo Everaldo Tenório, na última safra foram produzidas no Estado 10 mil toneladas de grãos em aproximadamente200 hectarescultivados. “Mas podemos cultivar a soja, tranquilamente, em até 100 mil hectares de terra, com a certeza de comercialização”, diz o empresário.

Energia

Uma das características do Canal do Sertão, destacada pelos técnicos e consultores durante a reunião de sexta-feira, é o fato de não haver gasto de energia para o transporte da água, feito inteiramente por gravidade, com exceção do trecho de elevação de36 metrosna captação da água na Barragem de Moxotó. Esse aspecto interfere no preço do metro cúbico da água vinda do Canal, um dos pontos que preocupam os possíveis investidores.
Ainda no sentido de baratear as despesas com energia, o empresário Gelson Cerutti, da Pure Energy, que participou do encontro de sexta-feira, sugere a instalação de placas solares para geração de energia renovável a ser utilizada pelos projetos às margens do Canal. De acordo com o secretário de Estado dos Recursos Hídricos, Alexandre Ayres, a pasta, responsável pela gestão do Canal do Sertão, também tem elaborado estudos, junto à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), no sentido de garantir tarifas de energia diferenciadas para os empreendimentos instalados ao longo da obra.
“Vamos incentivar as fontes renováveis de energia, mas também trabalhamos para garantir uma tarifa diferenciada a quem optar por investir no Canal do Sertão. Esse é um compromisso do governador Renan Filho. Os estudos estão sendo feitos para que esses incentivos aconteçam de forma eficaz e coerente, para que o Canal traga retorno financeiro para o Estado”, disse Ayres.


Fonte: Irrigacao.net

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