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Dia do Agricultor: integrantes de associação de agricultoras familiares da Bahia comemoram melhoria de vida

Desde 1960 – há 55 anos, portanto – comemora-se em 28 de julho, em todo o Brasil, o Dia do Agricultor. Esse profissional acorda cedo, carrega peso, encara o sol inclemente e ainda tem que conviver com os efeitos das estiagens para garantir o próprio sustento e produzir grande parte dos alimentos básicos que chegam aos pratos dos brasileiros.
E o Dia do Agricultor deste ano é especial para as integrantes da Associação das Mulheres Campesinas de Serra do Ramalho, município do Médio São Francisco baiano, área de atuação da 2ª Superintendência Regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Elas comemoram uma sensível melhoria de vida devido ao apoio que têm recebido da Companhia. As agricultoras receberam kits de irrigação que facilitam o trabalho e permitem que consigam ampliar a produção.
“Esses kits tiveram grande importância porque mudaram muito as nossas vidas. Nós temos alimentos para o nosso próprio consumo e isso também gera renda. Tenho uma filha, por exemplo, que estuda na Escola Família Agrícola (EFA) de Riacho de Santana [outro município baiano]. E, depois que recebemos os kits, eu pude pagar a mensalidade e as passagens para ela poder estudar. Mudou também a nossa alimentação dentro de casa, que passou a ter mais qualidade. Porque, com o próprio dinheiro das nossas vendas, a gente já consegue comprar o que falta”, diz a agricultora Marinalva Aparecida Carvalho.
“Os kits de irrigação valorizaram a nossa vida. Melhoraram muito a nossa condição financeira e também a nossa alimentação. Porque nós comemos uma coisa sabendo que fomos nós que plantamos. Não tem agrotóxico. É uma coisa natural. Só usamos produtos naturais”, diz Maria da Conceição, presidente da associação.
O recebimento dos kits de irrigação, aliado ao fato de elas terem passado a fazer parte do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), é responsável pela mudança na vida dessas agricultoras. O PAA é coordenado pela Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SESAN) do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Com recursos do próprio MDS e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Programa adquire alimentos produzidos por associações de agricultores familiares com dispensa de licitação.
“Com o PAA, nós plantamos e colhemos aqui, levamos os produtos para a sala da nossa associação, colocamos tudo em umas embalagens bonitinhas. Abóbora, por exemplo, tem até de seis quilos. Então, a gente corta, separando quilo por quilo. Lá, o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social do município) pega os alimentos para fazer a entrega para famílias mais carentes da nossa própria comunidade”, explica Marinalva Carvalho.
Os alimentos são repassados gratuitamente para pessoas ou famílias que estão em situação de insegurança alimentar e nutricional ou para instituições que fazem com que esses alimentos cheguem a pessoas que necessitem, como entidades de assistência social, restaurantes populares, cozinhas comunitárias e bancos de alimentos.
“São 75 famílias cadastradas que estão recebendo estes produtos. Um quilo de abóbora, um quilo de bolo, 300 gramas de bolacha, por família, e por aí vai. Separamos as folhas nas quantidades certas. E eu acho muito importante não só para nós que produzimos, mas também para as famílias beneficiadas com a nossa produção. Estão gostando muito”, explica Marinalva.
O aumento da renda é comemorado. “Nós entramos no PAA há pouco tempo, mas o objetivo nosso é conseguir ganhar pelo menos um salário mínimo somente com as vendas para o programa, pelo menos uns R$ 700,00 a R$ 800,00 por mês, sem contar as outras vendas. Eu recebi R$ 300,00 por mês nos dois primeiros meses que eu entreguei. Mas o meu objetivo é aumentar, porque antes de entrar para o PAA nós não tínhamos consumidores suficientes para fazer valer a pena ter uma produção grande. Agora, sim. E, com certeza, vamos conseguir”, diz Marinalva Aparecida Carvalho.
“Nós trabalhamos com o PAA. Mas nem toda a produção vai para o programa. Tem uma parte que vendemos de forma particular. Somente do PAA eu recebo R$ 170,00 por semana (R$ 680,00 por mês), sem contar o que a gente vende particular. A vida da gente melhorou bastante depois que passamos a cuidar da nossa produção com os kits de irrigação. A gente trabalhava molhando e não saía quase nada. Era bem pouco. Hoje, estamos plantando mais. Esse ano a gente desenvolveu mais e creio que vai desenvolver mais ainda”, diz Maria da Conceição, presidente da Associação das mulheres campesinas de Serra do Ramalho.
A Codevasf investiu R$ 130,7 mil, desde 2012, na aquisição de 250 kits de irrigação que foram entregues para associações de agricultores familiares de 16 municípios do Médio São Francisco baiano, área de atuação da sua 2ª Superintendência Regional, sediada em Bom Jesus da Lapa. Além de Serra do Ramalho, os municípios beneficiados com o recebimento dos kits de irrigação foram América Dourada, Bom Jesus da Lapa, Central, Correntina, Ibititá, Irecê, Jaborandi, João Dourado, Paramirim, Pindaí, Riacho de Santana, Santa Maria da Vitória, São Gabriel, Seabra e Uibaí.
A entrega dos kits, que têm capacidade para irrigar áreas de até 500 m², é uma ação conjunta dos programas Água para Todos e Desenvolvimento Regional, Territorial Sustentável e Economia Solidária (Inclusão Produtiva), com o eixo de inclusão produtiva do Plano Brasil sem Miséria, e que tem o objetivo de estruturar tais associações comunitárias, fortalecendo a agricultura familiar nesses locais.
Além disso, a Codevasf também investe em áreas irrigadas (os perímetros irrigados). No Médio São Francisco baiano, são: Formoso, em Bom Jesus da Lapa; Formosinho, em Coribe; Barreiras Norte, em Barreiras; São Desidério/Barreiras Sul, em Barreiras e São Desidério; Ceraíma, em Guanambi; Estreito, em Sebastião Laranjeiras e Urandi; Mirorós, em Ibipeba; e Nupeba e Riacho Grande, que ficam no município de Riachão das Neves.
Ao todo, os perímetros da região possuem área de 14,7 mil hectares irrigáveis, entre lotes empresariais e familiares, com produção estimada de 250,5 mil toneladas ao ano. O Valor Bruto de Produção dos perímetros é de cerca de R$ 200 milhões ao ano, segundo levantamento de 2014.
O destaque continua sendo o perímetro Formoso, em Bom Jesus da Lapa, responsável por 73,23% da produção dos nove perímetros da região. O sucesso da produção do perímetro está estreitamente ligado ao volume de investimento da Codevasf – desde 2011, foram investidos cerca de R$ 28 milhões.


Fonte: Codevasf

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