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Fruticultura é destaque em balanço de produção dos perímetros irrigados do Submédio São Francisco baiano

A produção global de alimentos nos perímetros irrigados Curaçá, Mandacaru, Maniçoba, Tourão e Salitre, localizados no lado baiano do Submédio São Francisco, registrou um valor bruto produção de R$ 350 milhões em 2014, R$ 5 milhões a mais que no ano anterior, mesmo em meio à estiagem prolongada que afeta o semiárido baiano. O número integra o balanço recentemente concluído pela 6ª Superintendência Regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), sediada em Juazeiro e responsável pela gestão dos perímetros.
O volume de produção foi de aproximadamente 1,6 milhão de toneladas em 2014, com destaque para manga, uva, cana-de-açúcar, cebola, coco, melão e goiaba. Juntos, os perímetros geridos pela Codevasf no norte da Bahia reúnem 1.088 agricultores em uma área colhida total de 21.205 hectares.
O destaque, de acordo com o chefe da Unidade de Produção da Codevasf em Juazeiro, Dante Araújo, fica com o perímetro Salitre, que está em sua primeira etapa de implantação, e onde os 323 irrigantes familiares contabilizaram 63.491 toneladas produzidas. “O Salitre começou a ser implantado em 2010, mas a produção só foi iniciada em 2012. Então, esse desempenho registrado dois anos depois, já em 2014, é bastante representativo”, observa Araújo.
No Salitre, os principais cultivos são cebola e melão, vindo em terceiro lugar a goiaba. São 5.099 hectares de área irrigável; destes, aproximadamente 1.570 hectares foi a extensão da área colhida em 2014. O valor bruto de produção registrado em 2014 no projeto foi de R$ 47,3 milhões. O chefe da Unidade de Produção da Codevasf em Juazeiro informa que 255 lotes do projeto são ocupados por produtores pequenos e familiares, e 68 lotes têm exploração empresarial.
De acordo com Paulo Henrique Santos, produtor de bananas no Salitre, o projeto de irrigação desempenha um papel significativo no desenvolvimento da região. “Depois que começaram a ser implantados os lotes aumentou muito a oferta de trabalho, o emprego e a renda, principalmente para as pessoas daqui, dos povoados ao redor”, relata Paulo Henrique. “Trabalho diretamente com a minha produção, sustento bem minha família com isso e faço o que gosto, o que estudei”, acrescenta o produtor, que é engenheiro agrônomo e produziu 51 toneladas de bananas por hectare no ano de 2014.
Nos primeiros dois meses de 2015, um levantamento feito pelos prestadores de assistência técnica e extensão rural detectaram 714 empregos diretos gerados nos lotes do projeto. De olho no crescimento do Salitre, a Codevasf está investindo R$ 24 milhões para viabilizar a implantação de cinco conjuntos de motobombas a serem instaladas em estações de bombeamento para atender à segunda etapa do perímetro.
Ao longo de 2014, a Codevasf investiu aproximadamente R$ 8,2 milhões em recuperação, revitalização e modernização da infraestrutura de irrigação de uso comum nos perímetros Maniçoba e Curaçá, informa o gerente regional de Irrigação da Codevasf em Juazeiro, Carlos Cavalcanti. Os recursos são do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Grãos e frutas no Curaçá

No Curaçá, perímetro irrigado em operação na região de Juazeiro, a produção de frutas e grãos contabilizada no ano passado foi de 113.254 toneladas, e o valor bruto de produção ultrapassou R$ 109,5 milhões em todo o perímetro. Somente os pequenos agricultores produziram 61,4 mil toneladas de frutas, sendo o coco responsável por 32,1 mil toneladas e a manga 24,4 mil toneladas.
O perímetro Curaçá possui mais de 165 km de canais, 167 km de drenos, 172 km de estradas e 11 estações de bombeamento. Essa estrutura atende a 288 irrigantes familiares. Os sistemas de irrigação mais utilizados são microaspersão, gotejamento e sulcos.

Manga e cebola

O perímetro de irrigação Maniçoba produziu, em 2014, 97,6 mil toneladas de frutas, que totalizaram um valor bruto de produção de aproximadamente R$ 88,7 milhões para os 370 irrigantes instalados no projeto. A manga é o carro chefe da produção, com aproximadamente 2,2 mil hectares plantados com as variedades Tommy Atkins, Palmer, Kent, Keit, Espada, Rosa e Haden.
A cultura do coqueiro representa a segunda de maior importância no Maniçoba, tanto em área cultivada como em valor de produção gerada. A espécie em destaque é o coco anão, cuja tecnologia de produção os produtores dominam.
No perímetro Tourão, as principais culturas são cebola, manga, coco e maracujá nos lotes dos pequenos produtores. A cana de açúcar, por seu turno, predomina nos lotes empresariais.
A cultura da cebola é a de maior expressão econômica para os pequenos produtores, tanto em área cultivada como em geração de renda: ela foi responsável por R$ 1,5 milhão da renda do perímetro em 2014, atingindo um dos melhores preços médios observados nos últimos anos – R$ 1,30/kg. O índice médio de produtividade também foi destaque, calculado em 21,4 toneladas por hectare.

Mandacaru: uso racional da água

Já no perímetro Mandacaru, os 56 irrigantes familiares e os lotes empresariais de cana de açúcar foram responsáveis por uma produção de 28,4 mil toneladas de alimentos em 2014; o valor bruto de produção ultrapassou R$ 6,7 milhões.
A manga é a principal cultura em área cultivada nos lotes familiares, com 176,3 hectares distribuídos entre as variedades Tommy Atkins, Palmer e Haden. Em seguida vêm o melão e a cebola, que ocupam 66 hectares. A cebola teve a maior participação no valor da produção, contribuindo com 35% de toda a renda bruta, seguida por manga (26%), melão (18%) e acerola (7%). Os demais cultivos são maracujá, limão, mamão, banana, melancia, tomate e abóbora.
O método de irrigação predominante no Mandacaru é o localizado, com sistemas de irrigação de microaspersão e gotejamento. Foi nesse perímetro que a Codevasf implantou uma experiência piloto de conversão de método de irrigação – idealizada pelos técnicos Frederico Calazans, Juan Ramon Fleischmann e Rodrigo Franco Vieira –, visando ao fim do desperdício de água, ao melhor desenvolvimento da planta e à economia de energia elétrica.
A experiência, que recebeu diversos prêmios e reconhecimentos nacionais e internacionais, alcançou resultados alvissareiros, como economia de 50% do total de água utilizada na irrigação de todo o perímetro, aumento da área plantada de em torno de 23%, economia de energia elétrica, redução dos custos de produção, aumento significativo dos índices de produtividade e melhoria da renda do produtor.
Projetos executivos que permitirão a conversão dos sistemas de irrigação nos lotes de mais 528 produtores familiares de quatro perímetros do Submédio São Francisco estão prestes a serem entregues pela Codevasf, que calcula que será possível, com a medida, uma economia anual de 79 bilhões de litros de água do rio São Francisco a partir da operação dos novos sistemas.


Fonte: Codevasf

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