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Agricultura precisará se adaptar às mudanças no clima

Melhorar o acesso dos produtores a tecnologias como irrigação é fundamental para reduzir perdas, aponta pesquisador da Embrapa Evaristo Eduardo de Miranda.

Nesta terça, dia 25, o clima aqueceu as discussões do segundo e último dia do Global Agribusiness Forum. O primeiro painel da manhã reuniu especialistas em torno do debate sobre como as mudanças climáticas estão afetando a agricultura e o que é preciso fazer para que a produção se adapte a estas mudanças. O consenso é de que as mudanças virão, precisa-se agora é que a tecnologia disponível chegue a todos no campo.
De acordo com o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Evaristo Eduardo de Miranda, não importa a quantidade de cenários incertos projetados pelo clima, as culturas vão sofrer menos com as mudanças no clima serão aquelas que utilizam tecnologia.
– A ampliação da irrigação, da eletrificação, da mecanização rural, da armazenagem nas fazendas, da logística e do seguro rural seria um enorme avanço perante as incertezas climáticas – exemplifica Miranda.
O pesquisador também aponta que há limitações e imprecisões nos modelos de previsão das mudanças climáticas e diz que quando se vai do cenário global para o local, as divergências crescem. Entre os 21 modelos usados pelo Painel Internacional de Mudanças Climáticas (IPCC na sigla em inglês), são diversos os cenários projetados, sem falar que os dados dos últimos 50 anos no Brasil, por exemplo, apontam padrões complexos com duas a três situações diferentes em um mesmo Estado.
– É mais relevante prever trajetórias para a agricultura do que investir em tentar prever um determinado futuro – aponta Evaristo, completando que o agricultor está mais preocupado com a próxima safra do que aquela que pode ser afetada pelo clima daqui 50 anos.
O diretor-executivo da Iniciativa de Política Climática dos Estados Unidos, Thomas Heller vai na mesma linha. Ele lembra que não há mais espaço para dúvidas sobre as mudanças no clima. Agora, é preciso “falar menos e fazer mais”. Heller afirma que é possível conciliar produção agrícola e proteção da natureza mas, para isso, é preciso que se tenha usos mais produtivos da terra. Ou seja, produzir mais e melhor nas áreas já abertas em todo o planeta.
Heller apontou ainda o Brasil tem demonstrado uma boa capacidade de estabelecer políticas públicas que aliam produção e proteção, tais como o plano de combate ao desmatamento ilegal, que na última década resultou em uma redução muito expressiva das emissões de gases de efeito estufa; e o Plano ABC, que incentiva e financia a agricultura de baixo carbono. Para ele, a questão que o país preciosa se responder é se estas políticas são estáveis.
– Eu acredito que o Brasil ainda pode fazer mais e melhor.

Agroecologia

Com uma fala mais utópica, o diretor-executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo, encerrou o painel dizendo que o mundo precisa repensar qual modelo de agricultura que se deve ter em um mundo cujo clima está mudando.
– Não precisamos nos preocupar em salvar o planeta, temos que pensar em como vamos preservar as condições do planeta tal como as conhecemos para nossos filhos e netos – dia Naidoo.
Para o ambientalista, o modelo de agricultura que contribuirá para a manutenção das condições do planeta é a agroecologia. Ele lembra que o Brasil já possui uma política nacional de apoio à agroecologia, o desafio agora é diminuir a distância entre a produção agroecológica e a produção industrial, em termos de volume de produção e de recursos disponíveis para financiamento.
De acordo com Naidoo, a produção agroecológica é o melhor caminho para se garantir segurança alimentar e melhor adaptação às mudanças do clima e, por isto, os governos deveriam priorizar este modelo.
– Em um embate entre segurança alimentar e produção de commodities, eu gostaria de ver os governos priorizando a primeira – conclui Naidoo.

Emissões brasileiras

Em 2010 o governo brasileiro instituiu a Política Nacional de Mudanças Climáticas, estabelecendo metas voluntárias de redução das emissões brasileiras de gases de efeito estufa, entre os quais está o dióxido de carbono (CO²). Um dos pontos desta política é a redução do desmatamento ilegal, principalmente na Amazônia. Entre 2004 e 2013, somente com a redução do desmatamento, o Brasil reduziu em 83% a taxa de desmatamento, o que significa que o país deixou de emitir 1,2 bilhão de toneladas de CO². Segundo os dados oficiais, a agropecuária é responsável por 29,7% das emissões brasileiras.


Fonte: Agricultura RuralBr (http://twixar.me/F31)

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