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Audiência discute perenização de água no Projeto Pontal em Petrolina

Na pauta, a avaliação de implementação da PPP do Projeto Pontal. Sindicato pede irrigação de 3 mi, hectares.


Autoridades políticas, associações, agricultores e representantes sindicais participaram na manhã desta segunda-feira (30) de uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Petrolina, no Sertão pernambucano. Na pauta, a avaliação de implementação da Parceria Público-Privado (PPP) no Projeto Pontal, na Zona Rural da cidade.
A audiência foi presidida pelo vereador Geraldo da Acerola (PT). “Eles têm o sonho de ter a sua terra e plantar. E com a chegada da irrigação alimentou isto neste povo. Com o surgimento da PPP, eles foram obrigados a vender suas terras à Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba) que foram destinadas a um só empresário”, explicou o legislador. Uma mobilização dos trabalhadores sem-terra e de agricultores de diversas áreas reivindicavam a perenização do riacho em 3 mil hectares do Pontal e que 70% da área seja dada ao pequeno produtor e 30% para os grandes empresários.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), Francisco Pascoal, a principal luta é pelas famílias que estão em área de sequeiro, ou seja, onde não há irrigação. “Nós queremos que a Codevasf irrigue cerca de 3 mil hectares aptos a fazer um projeto de irrigação, além da perenização do riacho”, disse.
Projeto Pontal é composto por cerca de 12 mil hectares, mas 8 mil já estão irrigadas, segundo o sindicato. Francisco Pascoal ressaltou ainda que a água precisa atingir em média 500 famílias. “Nós queremos que o Governo Federal irrigue a área do canal morto e sejam feitos lotes para as famílias, principalmente nos assentamentos. Nestes locais passa água, mas que não está disponível para que os agricultores trabalhem”, disse. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, o Projeto Pontal está pronto desde 2008.
Algumas representações das comunidades rurais do entorno do Pontal foram convocadas para participar da audiência, entre elas, Cleidmar de Souza, presidente da Associação dos Moradores de Uruás. “Há mais de 12 anos a gente vem lutando contra este modelo de política que exclui o pequeno. Estamos aqui para ver se algo pode ser feito no sentido do Pontal ser entregue 70% ao pequeno produtor e apenas 30% ao empresário”, explicou.
O ex-deputado Osvaldo Coelho, também foi convidado. Para o político, a Parceria Público-Privado no Projeto Pontal deve ser repensada. “Esta audiência é uma luta contra a injustiça que é esta PPP. Mas a perenização é um sonho antigo”, enfatizou.
O superintendente da Codevasf, João Bosco Lacerda, explicou e não descartou a possibilidade de criação de novos projetos para contemplar as famílias na área de sequeiro. “Precisamos complementar o projeto. A capacidade que temos não dá para fazermos a irrigação de todo o Projeto Pontal. Atualmente irrigamos para mais de 800 famílias. E se este projeto não atender a demanda teremos que criar outra solução de outro canal”, disse.
Segundo João Bosco, o projeto já existe há mais de 18 anos e tem progressão lenta. “O pontal tem mais de 18 anos que foi dado inicio, é um projeto que vem se arrastando. Desde o ano passado que a população convoca. E entendemos que o governo precisa dar uma resposta”, disse.


Fonte: G1.com - Petrolina e Região

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