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Chuvas voltam a cair no noroeste paulista

Região ficou 60 dias sem precipitação maior que dez milímetros.

As chuvas finalmente voltaram ao noroeste do Estado de São Paulo na semana passada, mas ainda não foram suficientes para combater todos os efeitos causados pela estiagem prolongada. A região chegou a ficar 60 dias sem precipitação maior que dez milímetros, valor mínimo para ser considerado chuva para a agricultura.
De acordo com o Canal Clima da Unesp Ilha Solteira, o noroeste paulista registrou média de 81 milímetros de chuva no mês de julho, bem acima dos 12 milímetros do ano passado. Em junho, a média foi de apenas sete milímetros, inferior aos 62 da média histórica. No acumulado do ano, os registros ainda ficam 46 milímetros abaixo da média histórica para o local.
Em artigo no blog da área de hidráulica e irrigação da Unesp Ilha Solteira, Fernando Braz Tangerino, professor da instituição, afirmou que as chuvas conseguiram dar uma trégua aos irrigantes, mas ainda não foram suficientes para encherem os lagos das hidrelétricas da região. A de Ilha Solteira, por exemplo, ainda opera abaixo de sua capacidade.

Efeitos na irrigação

Segundo Tangerino, além de impactar no abastecimento das cidades e na geração de energia, a estiagem afetou a irrigação de cultivos na região. “A captação de água fica complicada. Assim como na Cantareira, aqui também temos esse problema para captar a água para a irrigação”. Segundo ele, a diferença é que, quando se fala de irrigação, trocar uma bomba de local afeta todo o arranjo do mecanismo.
Ele lista quatro pontos importantes para um bom sistema de irrigação: atender a necessidade da planta; entregar a água de forma uniforme em toda a área irrigada; bons materiais e boa montagem. “A mudança da posição do bombeamento compromete os dois primeiros pontos, pois o sistema passa a ter vazão menor, uma vez que a capacidade diminuiu e, ao mesmo tempo, distribui água de forma desuniforme, pois está buscando fora do ponto em que foi projetado e isso tem impacto grande na produtividade”.
Tangerino ressalta que, além da falta de chuvas, outros problemas, como a ausência de conservação do solo, contribuíram para o agravamento da situação, porque, quando a chuva cai, a maior parte da água escorre em vez de penetrar no solo. “Se ela infiltrasse, recarregaria o lençol freático e a crise não seria tão grave”.
Para ele, é preciso mudar o comportamento dos usuários em relação ao uso da água e investir em ações de longo prazo para segurar a água da chuva. “Precisamos começar da conscientização do uso racional da água até a proteção radical das nossas nascentes e a conservação do solo em todas as suas formas”, finaliza.


Fonte: Globo Rural

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