A produção dos perímetros irrigados no lado baiano do Submédio São Francisco registrou, no ano de 2013, um aumento de 17% em relação a 2012 –mesmo debaixo da severa estiagem que se abateu sobre a região Nordeste do Brasil. Os dados são da 6ª Superintendência Regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), responsável pela implantação e gestão direta de cinco perímetros irrigados, além de outros três que integram o Sistema Itaparica e são administrados em parceria com a Chesf.
“As frutas têm apresentado importância crescente no país, tanto no mercado nacional como no internacional, e o Vale do São Francisco é o responsável direto pela produção da maior parte dessas frutas durante o ano”, afirma a economista Jussara Esteves, analista em desenvolvimento regional da Unidade de Apoio à Produção da Gerência Regional de Irrigação da Codevasf em Juazeiro e mestre em Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal de Sergipe.
Em 2013, os perímetros baianos sob responsabilidade da Codevasf no Submédio São Francisco totalizaram uma área de 56 mil hectares irrigáveis, entre lotes empresariais e familiares, com uma produção estimada equivalente a R$ 345 milhões e receita líquida de aproximadamente R$ 64 milhões.
O destaque ficou com o perímetro irrigado Salitre, onde a produção passou de 35,61 mil toneladas em 2012 para 73,73 mil toneladas em 2013, um salto de 106,6% com destaque para as culturas de ciclo curto como a cebola e o melão.
“O Salitre, que foi implantado pela Codevasf no início de 2010, já possui quase 100% de ocupação de agroempreendedores incluídos na primeira etapa do perímetro, e apresenta um valor bruto de produção acumulado de R$ 88 milhões em 2013 – o que representa uma variação de 182% referente a 2012”, aponta Jussara.
Ela credita o desempenho a alguns fatores inseridos no sistema produtivo do Salitre, como a experiência dos produtores, o uso adequado de sistemas de irrigação, as tecnologias de produção e, principalmente, assistência técnica adequada e constante.
No mesmo período, no perímetro Maniçoba a produção subiu de 58,4 mil toneladas de frutas para 61,6 mil. No Tourão, o aumento foi de 5,13 mil toneladas para 6,54 mil toneladas. No Mandacaru, foram 12,83 mil toneladas em 2013 e 12,07 mil em 2012; já no perímetro Rodelas a produção foi de 65,81 mil toneladas no ano passado contra as 59,58 mil de 2012. No perímetro Glória, a produção subiu de 57,07 mil toneladas para 59,28 mil toneladas no período.
Somente os perímetros Curaçá e Pedra Branca apresentaram ligeira redução na produção em 2013 em relação a 2012: em Curaçá, devido principalmente à queda na produção de coco, a produção caiu de 62,01 mil toneladas em 2012 para 60,79 mil toneladas no ano passado; no Pedra Branca, foram 38,04 mil toneladas em 2012 e 36,25 mil toneladas um ano depois.
Jussara observa que dados recentemente divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,3% no ano passado, alcançando R$ 4,84 trilhões e, pela ótica da oferta, o que puxou a economia brasileira no ano passado foi a agropecuária, com expansão de 7% – a maior da série histórica, iniciada em 1996.
“Em 2012, o valor das exportações de frutas frescas foi de U$ 910 milhões – quase 50% maior que em 2011, que foi de U$ 634,5 milhões”, nota a economista. Os dados foram coletados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), de um relatório feito no final de 2013, onde foram destacadas as frutas mais representativas nas exportações brasileiras em termos de valor – uva, manga, melão e banana.
“É grande a importância da agricultura irrigada no desenvolvimento regional dos municípios e para a geração de emprego e renda, além de melhorar a infraestrutura dos serviços – como hospitais, universidades, moradia e também cultura e lazer”, afirma a analista da Codevasf.
Fonte: Codevasf
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