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No interior de Minas Gerais tem início o maior projeto de cedro australiano do País

Em Conceição da Barra de Minas, município localizado ao lado da cidade histórica de São João Del Rei, está acontecendo o plantio inicial de um projeto de 5.000 hectares da espécie.

Depois da verticalização da produção com a instalação de uma serraria no município de Campo Belo, em Minas Gerais, o diretor da Bela Vista Florestal, Ricardo Vilela, informou que agora a empresa começou um novo plantio de cedro australiano. Desta vez, o município escolhido foi o de Conceição da Barra de Minas, que fica ao lado da histórica São João Del Rei. Este verão serão 150 hectares de cedro australiano.
Este plantio é fruto de uma sociedade entre a Bela Vista Florestal e o Grupo mineiro Séculus, que tem entre seus diversos negócios, a fabricação dos relógios que levam o nome do grupo. As duas empresas criaram a Natureza Reflorestamentos em 2008. As duas partes concordaram, na época, que queriam fazer grandes investimentos no setor florestal, com foco em espécies de alto valor, mas uma das principais premissas a serem seguidas era a segurança tecnológica. Como isso ainda não era uma realidade, antes do plantio de cedro australiano, a Natureza Reflorestamentos plantou 4,5 mil hectares de eucalipto no interior de Minas Gerais.
“A empresa foi criada com a finalidade de plantar madeira tropical de alto valor, mas naquele momento não existia no país um conhecimento aprofundado sobre a espécie escolhida. Hoje temos clones de cedro australiano com rendimento 200% superior ao material disponível no mercado”, frisou Vilela. Desde 2002 a Bela Vista Florestal trabalha com o cedro australiano, e desde 2006 vem desenvolvendo pesquisas de melhoramento genético e manejo florestal, com o apoio científico da Universidade Federal de Lavras (Ufla) – tudo em Minas Gerais.
A partir de 2013, com a obtenção do material genético mais produtivo, com forma apropriada e resistente às principais pragas da cultura, em conjunto com amplo conhecimento adquirido em manejo florestal (nutrição, desrama, desbaste, herbicidas) e uso da madeira, os plantios de cedro australiano começaram a se intensificar.
Em 2014, a Natureza Reflorestamentos está plantando os últimos 300 hectares de eucalipto. Depois disso, seu foco será totalmente voltado para o cedro australiano. “Vamos investir R$ 150 milhões em cinco mil hectares ao longo dos anos. Serão 150 hectares por ano até 2017. Já em 2018 e 2019 serão 250 hectares e em 2020 o ritmo será de 400 hectares por ano. Quando o projeto estiver em sua fase final, serão 50 mil metros cúbicos serrados por ano no mercado de madeira nobre”, detalhou Vilela.
Em 2015, também serão plantados 130 hectares no município de João Pinheiro, porém, será irrigado com água captada no rio Paracatu, porque a região sofre com o déficit hídrico. Nesse plantio piloto, a tecnologia de irrigação virá da empresa israelense Naandajain Irrigation, empresa que também está apostando na cultura.
De acordo com Ricardo Vilela, será o primeiro grande projeto de cedro irrigado do País. Se as perspectivas se comprovarem, o projeto da Natureza terá áreas irrigadas no norte de Minas, além das áreas de sequeiro no sul do Estado, onde se encontram latossolos vermelhos férteis e bem estruturados, com precipitação em torno de 1.800 mm por ano.
No norte de Minas, o município de João Pinheiro foi escolhido, pois lá a Bela Vista também faz a gestão de 7,3 mil hectares de eucalipto que tem em sociedade com a própria Natureza Reflorestamentos, e as empresas Tropical Timber e MRF Agroflorestal.
O cedro australiano é uma das espécies arbóreas mais ameaçadas de extinção em todo o mundo, devido à exploração predatória que sofreu no passado pelo alto valor de sua madeira. Essa espécie encontrou um refúgio no Brasil devido ao seu potencial produtivo e adaptação. A Bela Vista Florestal hoje possui uma ampla variabilidade genética da espécie que cobre toda área de distribuição na Austrália, sob a forma de banco de germoplasma, para o melhoramento genético. “Nosso banco genético, além de atender ao melhoramento, também visa proteger a espécie”, observou.
Vilela antecipou também que as pesquisas com a segunda linha de cultivares já começou, baseadas nos cruzamentos do valioso banco genético que possui. As melhores plantas serão trabalhadas em jardim de polinização controlada (in door) para a geração dos novos clones.


Fonte: Midia News

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