Agricultores de perímetros da BA e de PE receberão os projetos no início de 2015.
A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) entregará a agricultores de quatro perímetros irrigados, no início de 2015, projetos executivos que contribuirão para o uso eficiente da água e para a irrigação em períodos de seca. Serão contemplados produtores de Curaçá, Maniçoba, Tourão (BA) e Bebedouro (PE). Os estudos estão em fase de finalização.
Empresa pública vinculada ao Ministério da Integração Nacional (MI), a Codevasf recebeu R$ 1,6 milhão da pasta, por meio da Secretaria Nacional de Irrigação (Senir), para realizar os estudos. De acordo com o secretário nacional de Irrigação do ministério, Guilherme Costa, os projetos devem reduzir o volume de água utilizada na irrigação, com a diminuição dos custos de produção e o aumento dos índices de produtividade. Foi utilizado o modelo implementado com sucesso no perímetro de Mandacaru (BA).
Segundo Rodrigo Franco Vieira, engenheiro agrônomo da 6ª Superintendência Regional da Codevasf em Juazeiro, cada produtor receberá um projeto com desenhos e especificações técnicas e orçamentárias próprias cada lote. “Eles poderão implantar as mudanças por conta própria, financiando ou não, ou comprar os equipamentos em cooperativas. Criamos uma metodologia para conversão do sistema de irrigação que abrange desde aspectos econômicos e ambientais”, explica.
Um dos responsáveis pela metodologia adotada em Mandacaru, Vieira conta que o novo projeto é desenvolvido para 630 lotes nos quatro perímetros. “Pela primeira vez no serviço público, foi feito o teste de bulbo pra gotejamento, fundamental para reduzir os custos de investimentos. E as vazões previstas nos novos projetos caíram de 2,5 litros por segundo por hectare para 0,6”, explica o engenheiro.
Mandacaru
A conversão do sistema de irrigação em Mandacaru impactou em 52% na economia de água, em 36% na economia de energia e em até 36% na redução dos custos de produção. Além disso, ajudou a eliminar a erosão superficial e a diminuir o assoreamento no rio São Francisco.
A mudança do sistema foi implementada entre 2010 e 2011 em 54 lotes agrícolas familiares, de acordo com o cultivo de cada produtor– a área somada desses lotes representa quase 400 hectares do perímetro, que conta com uma área total de 800 hectares.
A metodologia criada para a conversão dos sistemas de irrigação em perímetros públicos é aplicável em qualquer localidade. No caso do gotejamento, a água é distribuída por meio de pequenos orifícios componentes das mangueiras diretamente para a zona radicular. Já na microaspersão, pequenos emissores a aspergem em áreas restritas, restringindo o bulbo molhado e aumentando a eficiência de aplicação e de absorção de fertilizantes
Irrigação
Com a criação da Secretaria Nacional de Irrigação (Senir), em 2011, a agricultura irrigada passou a figurar de forma mais intensa na agenda de prioridades do Governo Federal. Em razão do potencial do Brasil para irrigação, os investimentos nessa atividade podem consolidar o país como potência mundial na produção agrícola sustentável. Exemplos bem-sucedidos demonstram que o modelo é muito eficiente na geração de emprego e renda.
Fonte: Ministério da Integração Nacional
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