Faturamento atinge cerca de R$ 2 bilhões ao ano.
Por sua região fértil, fortalecida com a irrigação, o Vale do São Francisco se tornou um importante produtor de frutos e hortaliças. A área, margeada pelo rio São Francisco nos estados de Minas Gerais, Bahia e Pernambuco, com destaque para as cidades de Juazeiro, na Bahia e Petrolina, em Pernambuco, gera um faturamento de R$ 2 bilhões ao ano, atualmente.
Nos 120 mil hectares que abrangem os perímetros irrigados da Bahia e Pernambuco, anualmente são produzidos mais de um milhão de toneladas de frutas, com destaque para uva de mesa e manga. Outras culturas também são desenvolvidas como a goiaba, coco verde, melão, melancia, acerola, maracujá, banana e outras frutas. Os perímetros irrigados são implantados e mantidos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), ligada ao Ministério da Integração Nacional.
No Vale do São Francisco, os empreendimentos de fruticultura estão distribuídos em três categorias: pequenos (com até 20 hectares) 94%; médios (acima de 20 a 50 hectares) 4%; grandes (acima de 50 hectares) 2%; onde são gerados 240.000 empregos diretos no campo, classificando o Vale como a maior região produtora dessas frutas do Brasil.
Para o secretário nacional de Irrigação do Ministério da Integração, Miguel Ivan, a agricultura irrigada tem contribuído para o desenvolvimento econômico e social nas regiões. “A região do Vale é uma grande produtora de frutas e observamos o crescimento da agricultura nos projetos de irrigação, principalmente com o pequeno agricultor. Esse trabalho de revitalização dos perímetros de interesse social é uma meta do programa Mais Irrigação para beneficiar os pequenos produtores familiares, incentivando a produzir de forma mais eficiente, gerando emprego, renda e qualidade de vida”, enfatiza.
O produtor Onailton Barbosa da Silva cultiva banana e goiaba em seis hectares do perímetro Salitre, localizado em Juazeiro (BA). “Na última safra de goiaba colhemos três mil caixas, de 27 kg cada – foram mais de 80 toneladas. A próxima colheita deve acontecer em meados de junho e temos expectativas de superar o último resultado, porque sempre aperfeiçoamos alguma coisa”, afirma Silva, que é casado e pai de dois filhos.
O faturamento dessas culturas gera um montante de mais de R$ 2 bilhões ao ano, sendo que R$ 440 milhões são relativos às exportações de uva e manga. “A cultura da videira de mesa reveste-se de especial importância econômica e social, para a região do Vale do São Francisco, uma vez que envolve um grande volume anual de negócios e se destaca entre as culturas irrigadas, com forte geração de empregos diretos e indiretos”, afirma o presidente do Instituto da Fruta da Bahia, Ivan Pinto.
Ainda segundo o presidente, esse quadro pode melhorar em parceria com as políticas públicas de irrigação. “Minha perspectiva é priorizar a modernização dos sistemas de irrigação, criar uma linha especial de crédito e ampliação do horário reservado para a fruticultura irrigada. Claro, que tudo isso iremos discutir com todos os envolvidos para chegarmos a um ponto em comum”, explica.
A Codevasf coordena e mantém a infraestrutura de uso comum dos sistemas de irrigação e provê assistência técnica e treinamento aos produtores, além de ceder estrategicamente máquinas e implementos que impulsionam o desenvolvimento das áreas irrigadas.
Perímetros envolvidos nos 120 mil hectares irrigados
Estado da Bahia com os seguintes municípios: Juazeiro, Sento Sé, Casa Nova, Curaçá, Rodelas, Glória, Paulo Afonso.
Perímetros irrigados da Bahia: Curaçá, Maniçoba, Mandacaru, Tourão, Salitre 1ª etapa, Glória, Rodelas e Pedra Branca.
Estado de Pernambuco com os seguintes municípios: Petrolina, Santa Maria da Boa Vista, Orocó, Cabrobó, Lagoa Grande, Belém do São Francisco, Petrolândia
Perímetros irrigados de Pernambuco: Nilo Coelho, Bebedouro, Apolônio Sales, Barreiros Bloco I, Barreiros Bloco II, Icó Mandantes, Fulgêncio, Brígida, Manga de Baixo.
Fonte: Ministério da Integração Nacional
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