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Citricultura é alternativa para diversificação de culturas no Projeto Formoso, em Bom Jesus da Lapa (BA)

Os produtores do Projeto Formoso, perímetro de irrigação implantado e mantido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e conhecido por ter o segundo maior volume de produção de banana do Brasil, estão investindo na citricultura como forma de diversificação de cultura. A atividade está em expansão no perímetro, ocupando cerca de 200 hectares e, dentro de quatro anos, deve atingir mil hectares. As principais culturas locais são limão taiti, laranja e tangerina ponkan.
“A Banana da Bahia é uma associação que sempre produziu banana no Projeto Formoso, mas há três anos começamos a produzir citros também. A vocação da região é a banana, mas nossa associação estava preocupada com a questão da monocultura e buscávamos novas culturas para diversificar. Pensamos em citros, e os técnicos da Embrapa de Cruz das Almas também nos indicaram. As pesquisas deles indicavam que o clima e as condições seriam favoráveis”, diz Ervino Kogler, produtor que faz parte da Associação Banana da Bahia.
“A colheita deste ano está prevista para julho. Começamos a colher no ano passado, mas o volume da colheita esperado para este ano é maior. A nossa expectativa com relação a essa cultura é muito grande. O citros não vai tirar o lugar da banana no Projeto Formoso, mas diversifica, vai pegar em novas áreas. O clima permite que produzamos na entressafra de outras regiões, favorecendo melhores preços. E temos disponibilidade de água, graças ao projeto de irrigação da Codevasf. Podemos mandar citros para qualquer lugar do Brasil”, complementa Ervino.
Segundo Antônio Carlos Monteiro de Andrade, gerente de Empreendimentos de Irrigação da 2ª Superintendência Regional da Codevasf, sediada em Bom Jesus da Lapa (BA), a Companhia apoia iniciativas que buscam aumentar a área produtiva do perímetro Formoso e da região, assim como melhorar a sustentabilidade econômico-financeira dos agricultores.
“A diversificação na produção é fator primordial na busca desse objetivo, mas a escolha de novas alternativas deve sempre ser estudada. No caso da citricultura, que conta com a parceria da Embrapa e a consolidação do Formoso como polo de forte comercialização, os riscos dos novos empreendimentos são minimizados, pois caminham juntas a tecnologia de produção e a experiência da comercialização”, avalia.

Produtividade

Neste ano, a produtividade média prevista é de 30 toneladas por hectare. O valor esperado por quilo para o segundo semestre é de R$ 1,25 para o limão e de R$ 0,65 a R$ 0,70 para a laranja. A tangerina, que não deve ser colhida neste segundo semestre, tem o preço estimado em R$ 1,60 por quilo. O custo médio para a produção por quilo é de R$ 0,18 para o limão, R$ 0,20 a 22 para a laranja e R$ 0,45 para a tangerina.
“A grande oportunidade para a produção de citros hoje no Projeto Formoso é a baixa dos outros estados. A citricultura está sendo introduzida aqui em uma região livre de pragas e doenças. Esse é um posicionamento estratégico que deixa os produtores locais três a cinco passos à frente dos outros”, explica Fernando Herrera, do Viveiro Tamafe, primeiro viveiro de ambiente protegido do Norte e Nordeste, localizado no município de Serra do Ramalho, vizinho do Projeto Formoso.
“Inicialmente, a gente vislumbrou a oportunidade de vir para Bom Jesus da Lapa principalmente por causa das condições climáticas. A pressão de pragas e doenças na citricultura paulista, que era responsável por cerca de 80% da produção de citros no Brasil, fez com que a gente buscasse novas áreas. Analisamos vários estados, de várias regiões, mas o estado da Bahia, em especial o Vale do São Francisco, permite que a gente produza frutas em épocas de menor oferta em outros mercados, na entressafra”, explica Herrera.
O momento mais oportuno para a comercialização das frutas cítricas produzidas no Projeto Formoso é de agosto a dezembro, para o limão; agosto a março, para a tangerina; e de novembro até junho, para a laranja. Um dos diferenciais do ambiente de Bom Jesus da Lapa é a produção mais precoce – a colheita ocorre três anos depois da plantação, um ano antes de outras localidades.

“A produtividade daqui também é alta. E hoje, no nível profissional, só vale a pena ter citros, se produzir acima de 45 toneladas por hectare. Aqui, a primeira colheita está com uma produtividade média de 38 toneladas por hectare. A evolução da produtividade por colheita é gradativa. O nível na região para laranja é de 60 toneladas por hectare; para limão, de 40 a 45; e para tangerina, 45. São médias boas”, diz Fernando Herrera.

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