Irrigâmetro foi criado pelo pesquisador da Universidade Federal de Viçosa. Equipamento mostra quando irrigar e quantidade de água necessária.
Um equipamento chamado irrigâmetro, desenvolvido pela Universidade Federal deViçosa (UFV), calcula qual é a quantidade de água para cada tipo de cultura. Além de economia, o aparelho promete aliar economia e produtividade com uma irrigação eficiente.
Criado pelo pesquisador Rubens Oliveira, os estudos começaram em 2005 e o aparelho ficou pronto cinco anos depois. O investimento foi de R$ 280 mil. Hoje ele é usado por aproximadamente 500 produtores em várias regiões e representa uma alternativa para os agricultores familiares.
O irrigâmetro chegou há 20 dias à lavoura do produtor Paulo Ferreira, que fica na zona rural de Viçosa. Ele pagou R$ 2.390. O equipamento é usado na plantação de feijão, mas o produtor já pensa em usá-lo em outras lavouras, como a de café. A expectativa dele é aumentar a produtividade e diminuir gastos com água e energia.
No aparelho um tubo mostra a altura da água, o que revela se está no momento de irrigar a plantação, a quantidade necessária e o tempo de irrigação. “Isso permite uma eficiência muito grande de produtividade e controle de doenças”, contou o produtor.
O equipamento se adequa a qualquer sistema de irrigação, solo, cultura e clima, conforme explicou o pesquisador. “É instalado nas proximidades da lavoura que está sendo irrigada de maneira que ele fique submetido às mesmas condições climáticas dela. Em um dia muito quente, a água do recipiente do equipamento vai evaporar, da mesma maneira que a cultura em que está submetida. Em um dia nublado, a cultura necessita de menos água, mas também haverá uma menor evaporação”, explicou.
Rubens Oliveira contou que essa correlação é possível ao observar a coloração das faixas que ficam no equipamento e auxiliam ao produtor o momento correto de irrigar.
De acordo com o pesquisador, a irrigação é uma grande usuária de água, mas, por outro lado, é grande produtora de alimentos. "Estima-se que mais de 40% dos alimentos consumidos no mundo são provenientes de áreas irrigadas. Um aspecto muito importante é que o produtor irrigue de maneira eficiente, tanto do ponto de vista de utilização adequada da água, quanto da energia, visando aumentar a qualidade do produto, sua produtividade e, consequente, sua renda”, afirmou.
O professor de geografia e vice-presidente do comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, Wilson Guilherme Acácio, diz que o aparelho é importante para o meio agrícola e que já foi implantado em outras regiões. “Além da região da Zona da Mata, próximo à Viçosa, há equipamentos também na Bacia do Rio Caratinga, que foi a primeira a utilizar esse aparelho. Lá implantamos 42 irrigâmetros em diversas propriedades. E agora pretendemos também implantar no Baixo Guandô no Espírito Santo”, contou.
Para Wilson Guilherme Acácio, a situação nas bacias hidrográficas de Minas Gerais é dramática. "Em Paracatu, região do Jequitinhonha, está faltando água. Algo que jamais imaginávamos, uma vez que o Brasil é um país muito rico neste recurso, mas infelizmente a falta de políticas públicas está fazendo com que haja essa escassez hídrica no estado”, comentou.
Fonte: G1.com - Zona da Mata/MG
Disponível em: http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2015/04/aparelho-desenvolvido-em-mg-visa-economia-e-produtividade-na-irrigacao.html
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