Núcleo tecnológico especializado em hortifruticultura implementa novas técnicas de cultivo, atende 400 produtores rurais e acelera o desenvolvimento regional.
Inaugurado em agosto de 2014, o núcleo tecnológico especializado no cultivo de hortifrútis (Projeto Hortifrutis Tapajós) na região do Tapajós, no Pará, já tem colhido os resultados da implementação de agrotecnologias e de técnicas de irrigação por nebulização. Além de aumentar o volume da produção, que era de subsistência e agora chega a 150 mil mudas por mês em média, o novo método possibilita a produção constante e regular durante todo o ano.
O trabalho é fruto de parceria entre o Ministério da Integração Nacional (MI) e a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). A Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) da Pasta destinou R$ 3 milhões ao projeto, que atende 400 agricultores familiares. As unidades coletivas estão localizadas em Santarém, Belterra e Mojuí dos Campos.
"O projeto traz equilíbrio para o contexto da agricultura familiar. Uma base para que os produtores possam estar em pé de igualdade com concorrentes das regiões mais desenvolvidas do país", explica a secretária de Desenvolvimento Regional, Adriana Alves. "Isso vai favorecer o desenvolvimento da cadeia regional e possibilitar a expansão da produção para o mercado de consumo nacional", completa.
Comercialização
Segundo o gestor do projeto, Joaquim Carneiro, a ação de fortalecimento da produção e do processamento de hortaliças e frutas é uma demanda histórica de Tapajós. Ele explica que, apesar da existência de associações, os produtores da região não conseguiam produzir quantidade suficiente para fornecer aos mercados convencionais e aos programas institucionais.
"As condições eram rústicas e precárias, com baixo volume produtivo e a ausência de qualidade de trabalho. Com as melhorias de infraestrutura e novas formas de produção (mecanização, irrigação e estufas), os produtores cultivam mais e melhor, como no caso dos modelos de produção dos médios e grandes produtores de Tapajós. O projeto tem fortalecido todos os elos da cadeia produtiva", explica Carneiro.
Tecnologia
A estrutura utilizada nos empreendimentos é o diferencial do projeto. Esta primeira etapa contabiliza a instalação de 15 estufas, a aquisição de uma frota mecanizada e a implementação do sistema de irrigação. Segundo a coordenadora do projeto e professora da Ufopa, Patrícia Chaves, os resultados são percebidos a cada nova colheita.
"Agora, é possível manter a qualidade dos produtos durante todo o ano. Entre as vantagens, estão o controle de luminosidade, irrigação e conservação dos hortifrútis. Além disso, também trocamos as bandejas de isopor por bandejas de polietileno, que reduzem os riscos de transmissão de fungos e outras bactérias", afirma Patrícia.
Outro benefício oferecido aos produtores é a utilização do caminhão frigorífico no transporte das frutas cultivadas na região. "A produção de açaí, abacaxi e cupuaçu é uma das atividades que mais movimenta a economia local. Portanto, o investimento em transporte adequado e climatizado foi fundamental para garantir a entrega de um produto com maior qualidade. Fator que também aumenta as possibilidades de exportação", garante Joaquim Carneiro.
Para a próxima etapa do Projeto Hortifrutis Tapajós, estão previstos a implantação de uma fábrica de beneficiamento e de um laboratório de produção de plantas in vitro, novos equipamentos, caminhões frigoríficos, túneis de resfriamento e a continuidade no processo de capacitação dos produtores.
"Sairemos do sistema tradicional, em solo, e desenvolveremos as frutas e hortaliças em sistemas semi-hidropônicos. Com o cultivo por água, poderemos produzir também pimentão, tomate e outras plantas que sofrem com problemas fitopatológicos", explica o gestor.
Fonte: Ministério da Integração Nacional
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