Produtores rurais investiram R$ 200 mil para reforma de uma estrada. Objetivo é não depender mais só do São Francisco para escoar a produção.
Em Minas Gerais, os rios estão secando por causa da estiagem. O São Francisco, que cruza boa parte do estado, é um dos mais afetados.
Bancos de areia estão cada vez maiores. A época é de estiagem, mas nunca se viu o Velho Chico tão seco. No município de São Francisco, norte do estado, o pescador trocou a rede por uma pá e a canoa, que antes ficava cheia de peixes, agora está repleta de areia.
A seca também preocupa os agricultores de Jaíba. O município é um dos maiores polos produtores de frutas de Minas Gerais e nos seis primeiros meses deste ano, registrou apenas 137 milímetros de chuva. No mesmo período do ano passado, o total foi de 269. A irrigação das lavouras só não foi comprometida por causa de ações emergenciais.
Em um banco de areia que se formou, só uma máquina já retirou 18 mil metros cúbicos de sedimentos em três meses ao longo do canal que leva àgua às lavouras do projeto Jaíba. Outras quatro trabalham para facilitar a chegada da água às lavouras e elas retiram tanta argila e areia que, por dia, cerca de 140 caminhões saem carregados.
A banana é a única cultura de uma fazenda em Jaíba. Três 3 mil metros cúbicos de água são necessários por mês para irrigar e beneficiar a fruta, mas a ordem no local é economizar ainda mais.
Acostumadas a trabalhar nas lavouras, agora as máquinas estão empenhadas na melhoria de uma estrada municipal de Chapada Gaúcha. As obras devem custar R$ 200 mil, valor que foi dividido entre três municípios por meio de um consórcio e produtores rurais. A medida é emergencial para não depender da balsa do Rio São Francisco para escoar a produção ou pagar fretes mais caros. Caminhões com mais de 30 toneladas não conseguem utilizar a embarcação por conta do baixo nível do rio.
A estrada de 130 quilômetros vai ligar Chapada Gaúcha ao município de Bonito de Minas, onde já existe asfalto. A região é grande produtora de sementes de capim e soja, com média de produção de 42 mil toneladas por ano.
Só de uma fazenda, toda semana saem 64 toneladas de sementes para Bahia, Minas Gerais e São Paulo. Por conta do baixo nível do rio, o gerente João Silva conta que já chegou a pagar um frete quatro vezes mais caro para escoar a produção.
Fonte: Globo Rural
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