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Produtores de milho comemoram resultados com irrigação no RS

Investimentos garantiram resultados acima da média em algumas regiões. Já quem não conseguiu investir acumula perdas com a falta de chuvas.

A colheita de milho avança nas lavouras do Rio Grande do Sul e já passa da metade da área plantada. Na maioria dos casos, os rendimentos vêm surpreendendo positivamente os agricultores que investiram em irrigação, mas a falta de recursos e principalmente de chuvas trouxe prejuízos para outros produtores, como mostra a reportagem do Campo e Lavoura, da RBS TV(confira no vídeo).
Em Salto do Jacuí, na Região Noroeste do estado, a família Ottoni comemora os resultados da safra. Na propriedade localizada no interior do município foram colhidas 282 sacas por hectare. Irrigação e tecnologia foram os principais aliados para o bom rendimento, destaca o produtor.
"Faz quatro anos que tem milho sobre milho nessa área, que o fóssil e o potássio estão bem fortes. Fóssil tem 28 a 35 pontos, e o potássio, de 270 a perto de 400. Nessa área eu apliquei o soluçano, que é um microorganismo de solo. Ele limpa a raiz da planta, que teve resultado e ajudou no desenvolvimento da planta”, conta Luiz Carlos Ottoni.
Os investimentos em sistemas de irrigação tiveram um papel fundamento nesse resultado, destaca o produtor Marco Antônio Ottoni. Há quatro anos, a família de Luiz Carlos instalou os dois primeiros pivôs na plantação. Hoje já são 13 no total. E ano que vem o plano é instalar mais sete. Para os produtores de milho, a umidade do solo é um dos pontos principais na hora de contabilizar os lucros. "Não adianta adubarmos a lavoura se não tiver água", diz Marco Antônio.
Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Milho do estado (Apromilho), os produtores de Salto do Jacuí não foram os únicos com recorde de resultados. Em Santo Augusto, também no Noroeste do estado, agricultores chegaram a colher 305 sacas por hectare, quando a média na região é de 180 sacas.
"A irrigação é um fator muito importante, mas aí entra questão de tecnologia de semente, tecnologia de solo, acompanhamento técnico da lavoura, e outros fatores que são fundamentais. Mas como volto a repetir, a irrigação é muito importante. As áreas irrigadas estão se destacando aqui no Rio Grande do Sul, com potenciais de 12, 15, 17 toneladas, outras áreas com menores índices, em torno de nove e 10 toneladas”, diz o presidente Cláudio de Jesus.
Em contraponto aos recordes de produtividade, em Ijuí outros agricultores contabilizam prejuízos. Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater-RS), em algumas propriedades foram colhidas menos que 20 sacas por hectare. A falta de recursos para investir em tecnologia e, principalmente, a falta de chuvas foram os grandes vilões.
"Produtores que plantaram no final de setembro e início de outubro tiveram suas lavouras em fase de penduamento e espigamento, que é a fase crítica do milho, na qual requer média de sete milímetros (de chuva) por dia, enfrentaram um período de estiagem. Então foi drasticamente comprometida a produção porque a estiagem coincidiu com essas fases", explica o engenheiro agrônomo Filipe Kinalski, da Emater.
O produtor Cristiano Didoné não teve prejuízos, mas colheu menos do que o esperado. Com plantio específico para silagem, ele cria 92 vacas e tem uma produção de 900 litros de leite por dia. Para a próxima safra, ele já projeta um sistema de irrigação com o objetivo de aumentar a produtividade e poder investir mais em animais.
"É para aumentar a produtividade, principalmente, e conseguir ter mais eficiência na minha atividade, que é a atividade leiteira, porque correndo risco do jeito que a gente está como foi esse último ano e outros anos atrás, a gente não sabe até quando vai conseguir se manter na atividade", justifica Cristiano.


Fonte: G1.com (http://twixar.me/hCK)

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