Produtores de verduras em Itabaiana e Areia Branca colhem em quantidade suficiente para suprir demanda de ao menos três caminhões carregados de alimentos diariamente, que seguem para mercados públicos de municípios vizinhos, Aracaju e também para a capital baiana, Salvador. Eles são irrigantes com lotes alocados dentro do Perímetro Irrigado da Ribeira, assistidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação (Cohidro) e só de folhosas produziram mais de 16 mil toneladas em 2013.
A alface é o grande destaque da produção na Ribeira, totalizando 10,8 mil toneladas colhidas no ano passado, quando houve um aumento de 15 vezes da área plantada pelo produto, em relação a 2012. Para o gerente do Perímetro Irrigado e técnico agrícola Cesar Augusto Rocha Barros, os agricultores progrediram, fizeram investimentos e possibilitaram a abertura de novos mercados, aumentando assim a demanda pelas hortaliças.
“São os próprios produtores que passam a levar o seu produto - e dos seus vizinhos parceiros – até os mercados consumidores das capitais e grandes cidades. Adquirem caminhões ou caminhonetes e levam tanto a sua produção como a dos outros irrigantes, em acordo lavrado em contrato, onde o produtor já entrega sabendo por quanto vai ser vendido”, explicou o gerente Cesar, mencionando que além da alface, a rúcula, o coentro, a couve e a cebolinha são os produtos que tem saída diária do Perímetro.
João Quintiliano da Fonseca Neto, diretor de Irrigação da Cohidro, considera a alta rotatividade das culturas um fator primordial para estabelecer esta oferta diária de verduras na Ribeira. “A alface, depois de transplantada a muda produzida em viveiro, leva 30 dias para colher, o coentro é plantado diretamente no canteiro, mas em 35 dias está pronto para o corte e a rúcula da mesma forma. Com a oferta de água para irrigação contínua, essas culturas podem oferecer até 9 ciclos de plantio por ano”, considera o também engenheiro agrônomo, que orienta dividir os lotes em pequenas áreas plantadas em datas diferentes, assim o irrigante pode fazer uma colheita semanal ou em até menos tempo.
José Eduardo Tavares é um dos irrigantes que plantam hortaliças em seus 2,5 hectares no Povoado Forno, dentro do Perímetro da Ribeira. Com a irrigação oferecida pelo Governo do Estado, ele entrega semanalmente 200 caixas de alface e 150 caixas de coentro, alcançando uma produtividade de 18 e 8 toneladas por hectare respectivamente. “Cada caixa tem em média 50 pés de alface ou 15 quilos de coentro. Hoje estou vendendo a R$ 15 a caixa da alface, mas teve época que valia R$ 40 e o coentro até à R$ 50 já vendi. Se não tiver a água da Cohidro, não tem como produzir desta forma nem oferecer os 5 empregos que dou aqui em meu lote”, relaciona o produtor de Itabaiana.
Ainda em Itabaiana, em seu lote de 2,8 hectares - situado no Povoado Mangabeira - Josival Freire Santos colhe diariamente 600 molhos de couve e 100 de cebolinha, que são levados diretamente para o Mercado 7 portas, em Salvador. Ele também considera fundamental a água fornecida pela Cohidro, mas a demanda influencia muito na produção. “Vendo a couve por R$0,50 e a cebolinha R$ 0,75 o molho média. Por estes valores, só compensa produzir assim, para colher todo dia e se tiver o comercio certo. Conto com a cooperação dos produtores que levam meus produtos nos seus caminhões”, comentou o agricultor que tem com o auxilio de 5 pessoas de sua família e emprega mais um diarista, para tocar a plantação.
Para Mardoqueu Bodano, Presidente da Cohidro, é importante que os irrigantes encontrem seus mercados para vender a produção sem depender dos atravessadores. “Tanto é fundamental ter para quem vender e garantir que todo empenho na terra terá retorno, como também é crucial que o agricultor adquira autonomia, eliminando intermediários que só lucram sobre seu suor e provém em remuneração inferior para quem realmente planta. Esse é um dos princípios fundamentais do fortalecimento da agricultura familiar, aproximando quem produz de quem consome”, avaliou.
Transportadores
Motorista de um dos caminhões que vai, diariamente, até Salvador para levar as hortaliças, Gilvanilson Jesus Meneses Filho trabalha para o pai que é um dos irrigantes que além de produzir verduras, leva sua produção e a de outros agricultores para o mercado soteropolitano. Ele informa as quantidades de hortaliças que transporta todo dia para a Bahia. “São 150 caixas de alface, de 200 a 300 caixas de coentro, 10 caixas de rúcula, 20 caixas – com 40 molhos - de cebolinha e 15 caixa de couve, com 50 molhos cada.” Segundo o produtor, o acordo de venda é feito semanalmente e é garantido para os outros produtores a compra de seus produtos neste período.
Para Aracaju segue diariamente outro produtor que possui um caminhão, José Edvan dos Passos. Seu pai e o irmão tocam o lote irrigado que possuem na Ribeira enquanto ele transporta alface, cebolinha, couve, quiabo e maxixe, da produção própria e de agricultores vizinhos. Sendo o Mercado Municipal da Capital mais próximo, ele transporta também as verduras em grandes balaios. “Cada cesto leva até 70 quilos de folhosos, no caminhão cabem 60 e dá para levar mais 70 caixas de 20 quilos”, conta o produtor que transporta em média 5 toneladas de hortaliças, todo dia.
Fonte: Plenário (http://twixar.me/nBK)
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