O diretor-geral do DNOCS, Emerson Fernandes Daniel Júnior, propôs, quarta-feira (dia 19), convênio com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) para capacitação de irrigantes e mão de obra regional no perímetro irrigado Santa Cruz do Apodi. A proposta foi feita no painel de abertura da II Exposição Cultural, Científica e Tecnológica no auditório do campus Apodi do IFRN, que debateu o tema Desafios e Perspectivas do Projeto de Irrigação da Chapada do Apodi.
O diretor do campus, Marcos Antonio de Oliveira, agradeceu a participação do diretor geral no debate que, segundo ele, demonstra o interesse do DNOCS de aprofundar o conhecimento das questões locais e suas implicações. “Temos muito a contribuir para que este projeto seja, de fato, bem sucedido”, ele afirmou, ao observar que o relato do diretor no evento mostrou que o perímetro vem sendo aperfeiçoado através do diálogo.
“Fazer com que este projeto seja bem sucedido é propósito também do IFRN”, afirmou Marcos Antônio de Oliveira. O diretor do campus Apodi do IFRN anunciou que o Instituto Federal tem interesse em orientar alunos para que possam fazer extensão rural e transferir para o perímetro os trabalhos ora realizados com orientação dos professores das áreas de zootecnia, ciências agrárias e química. “Assumo compromissos. Vamos agendar o momento para fazer as tratativas”, assinalou.
O DNOCS pretende realizar convênio de cooperação também com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparh), Embrapa e Sebrae para assistência aos irrigantes. O convênio tem a finalidade de promover o desenvolvimento rural, a capacitação e profissionalização dos pequenos produtores e a difusão de tecnologia da agricultura irrigada em toda a chapada, através de um projeto piloto de irrigação a ser instalado em áreas contíguas a ambos. O projeto beneficiará, além dos produtores do perímetro de irrigação, todos aqueles que praticam a agricultura na chapada do Apodi no Rio Grande do Norte.
No evento, o diretor de Infraestrutura Hídrica do DNOCS, Glauco Mendes, informou que a Secretaria de Irrigação do Ministério da Integração Nacional autorizou a ampliação, de um para dois anos, do período de assistência técnica em um perímetro irrigado após o início de operação. Também participou do debate no campus a pesquisadora Bernadete Freitas, da Universidade Estadual do Ceará (Uece), com a presença do procurador chefe do DNOCS, Francisco Arlem de Queiroz Sousa, representantes do Movimento Sem Terra (MST), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Articulação do Semiárido (ASA).
Glauco Mendes relatou ter participado de reunião com o secretário nacional de Irrigação, Miguel Ivan Lacerda de Oliveira e representante do Incra que definiu medidas de apoio aos irrigantes com a ampliação para dois anos da assistência técnica mas também com financiamento para que possam se manter. Segundo ele, com lotes de seis a oito hectares, assistência técnica e crédito no banco os pequenos terão condições de crescer e se sustentar.
Emerson Daniel acatou sugestão da plateia de incluir na cooperação do IFRN com o DNOCS o uso dos laboratórios do campus de Apodi e dos professores do curso de química para análise e controle da qualidade da água e do solo para saber o limite do uso de fertilizantes e adubo do perímetro irrigado. “O convênio não é só para qualificação e treinamento, mas para fiscalizar a qualidade da água. Na hora em que detectar qualquer alteração, vamos poder verificar o que está ocorrendo”.
Em resposta a indagação da plateia, Emerson Daniel disse que no projeto de reestruturação do DNOCS que está em tramitação no Ministério do Planejamento está previsto concurso para trazer zootecnista e veterinário, além de agrônomo. Também está previsto o fortalecimento da estrutura das áreas do DNOCS relacionadas ao meio ambiente e questões sócio-econômicas.
A utilização do perímetro irrigado para a produção de proteína, segundo ele, é uma prática já adotada em alguns perímetros e existe intensão de expandir para outros projetos. A proposta de acesso das cooperativas agropecuárias existentes na região do Apodi, antes da licitação dos lotes, também foi acolhida pelo Diretor Geral.
Cerca de 10% do perímetro irrigado já foram realizadas, com a execução de R$ 22 milhões do contrato de R$ 242,7 milhões a ser concluído em dois anos. Entre as mudanças feitas para melhorar o projeto, o Diretor Geral citou a redução das estações de bombeamento, de 14 previstas no início para apenas quatro, com resultado na redução do custo de energia elétrica, item que pesa nas despesas operacionais. Outra mudança foi feita com a construção de drenos, bueiros para escoar a água de volta ao rio Apodi.
O pequeno produtor vai ficar com 286 lotes, 2.288 hectares, o equivalente a 74% do número de lotes e 44% da área irrigável a ser ofertada, no total de 5.200 hectares. Caberão 55 lotes aos técnicos agrícolas - 884 hectares -, 14% dos lotes e 17% da área. Vinte lotes estão destinados aos engenheiros agrônomos, numa área de 488 hectares que corresponde a 5% dos lotes e 9% da área. As empresas ficarão com 26 lotes que correspondem a área de 1.560 hectares, 7% dos lotes e 30% da área total.
O perímetro irrigado utilizará a tecnologia de irrigação por gotejamento, microaspersão e miniaspersão, que aumenta a eficiência na produção e poupa água. Uma área do perímetro será destinada ao IFRN para experimentos, adaptação e diversidade de culturas. Depois de implantar 37 perímetros irrigados, o DNOCS pretende fazer do projeto de irrigação Santa Cruz do Apodi um modelo que seja considerado uma forma diferenciada de fazer irrigação, disse Emerson Daniel. O perímetro terá agricultura orgânica, consciência ambiental e o reforço da cooperação da academia, afirmou.
Fonte: Dnocs
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