Tecnologia desenvolvida pela Netafim apresenta vantagens também para a saúde da lavoura.
O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. A previsão para este ano é de 200 milhões de toneladas, crescimento de mais de 50% nos últimos oito anos. Deste total, 10% utilizam técnicas variadas de irrigação, seja por aspersão, seja localizada, e são responsáveis por produção de 25% da produção nacional de café. E a tendência é de que este número aumente exponencialmente, para atender à expectativa do aumento da população que pode chegar a mais de 9 bilhões de pessoas em 2050.
Das técnicas disponíveis para o cafeicultor, o gotejamento ganha destaque como a mais utilizada, por conta das características de eficiência, efetividade de água, energia e fertirrigação. Os primeiros projetos implantados aconteceram na década de 90, nas regiões do Triangulo Mineiro (Araguari/MG e Monte Carmelo/MG), e Alta Mogiana (Franca/SP), essencialmente com os tubos gotejadores instalados na superfície do solo.
Desde então, grandes avanços ocorreram nas questões de técnicas de manejo de irrigação, consolidação da fertirrigação e melhoria dos equipamentos de automação e monitoramento agronômico, com destaque para a técnica de gotejamento subterrâneo, desenvolvido pela Netafim, e testado durante o período de 2005 a 2013 no Triangulo Mineiro.
Entre as vantagens deste novo sistema em relação ao convencional (instalado na superfície do solo), está a flexibilidade do uso do maquinário agrícola. “Como o sistema está enterrado no solo, o cafeicultor pode utilizar seu maquinário sem o receio de danificar os tubo gotejadores”, explica Carlos Sanches, Gerente Agronômico da Netafim Brasil. Outras vantagens são que o sistema dificulta a germinação de plantas daninhas, uma vez que a superfície do solo se mantém seco, apresenta maior disponibilidade de nutrientes, aumentando a eficiência na absorção dos mesmos, pelo fato do ponto de emissão estar mais próximo da raiz, e reduz perdas por evaporação de água no solo.
A viabilidade do sistema depende da utilização de técnicas adequadas de manejo de irrigação, visando a racionalização do uso da água e o aumento da produtividade. “É necessário o conhecimento do movimento de água quando aplicado em profundidade, manejo agronômico da cultura e manutenção específica para o sistema de irrigação, a fim de garantir o bom funcionamento e consequentemente os resultados esperados”, explica Sanches. Durante o período de testes, o gotejamento subterrâneo apresentou tendências a melhorar a uniformidade na distribuição de água do bulbo úmido.
Pioneira no desenvolvimento dessa tecnologia, a Netafim instalou áreas experimentais e, por meio de constante monitoramento e avaliações, foram coletadas informações para recomendar esta opção tecnológica com a utilização dos tubos gotejadores subterrâneos. “Esta tecnologia evita inconvenientes como roubo, cortes causados pelas capinas, preparo da lavoura para colheita, colheita, ataque de roedores e a melhoria no manejo e práticas culturais referentes ao cafeeiro, além de atender a tecnologia de alta produtividade e bom desempenho do sistema de irrigação e simplificar a vida do cafeicultor nas questões referentes ao manejo”, finaliza o executivo.
De acordo com André Fernandes, professor e pesquisador da Universidade de Uberaba (Uniube), onde também ocupa o cargo de Pró Reitor de Pesquisa e Pós Graduação, o sucesso do sistema estimula os cafeicultores e projetistas a adotarem a técnica. “As vantagens são diversas, como economia de água, alta uniformidade, possibilidade de aplicação de vários produtos via água de irrigação, menor concorrência com plantas invasoras e outros”.
Ele também alerta que as recomendações para a manutenção do sistema devem ser seguidas à risca. “Deve-se utilizar os gotejadores adequados, respeitando as distâncias e profundidades indicadas pelo fabricante, realizar as manutenções preventivas e corretivas e a aplicação periódica de herbicidas para evitar a intrusão de raízes nos gotejadores”, explica.
Fonte: Portal Dia de Campo (http://twixar.me/s83)
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